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NOTÍCIA

Escola proíbe meninas de correr para manter virgindade, acusa ex-professor

Data: Quinta-feira, 23/04/2015 00:00
Fonte: G1

 

 
 
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Site da escola islâmica de Melbourne mostra meninas praticando esportes

 

 As autoridades australianas abriram uma investigação nesta quinta-feira (23) sobre um estabelecimento escolar islâmico que teria proibido as meninas de participar de corridas por medo de que percam a virgindade. A direção da escola nega a proibição.


O ministro da Educação do estado de Victoria, James Merlino, pediu a abertura de uma investigação porque, se for confirmado, "será algo muito preocupante", afirma o comunicado.
 
Um ex-professor do colégio Al-Taqwa de Melbourne escreveu nesta semana ao governo federal e ao do estado de Victoria para acusar o diretor do centro, Omar Hallak, de acreditar que "se as mulheres correm em excesso, podem perder a virgindade", informa o jornal The Age.
 
"O diretor acredita que existem provas científicas que demonstram que se as meninas se ferirem, por exemplo, se quebrarem uma perna jogando futebol, podem ficar estéreis", acrescenta.
 
O jornal publica uma carta enviada, ao que parece, pela equipe de corrida do estabelecimento, protestando pela proibição em 2013 e 2014 das alunas de educação primária de participar das competições. "Não é porque somos meninas que não podemos correr", afirma a carta.
 
Direção da escola nega
Em nota publicada em seu site, o diretor da escola nega que proíba qualquer aluna de praticar esportes para não perder a virgindade. "Contrariamente aos relatos da mídia, os estudantes do sexo feminino da Escola Al-Taqwa participam de toda a gama de atividades esportivas como atletismo (incluindo a execução de mais de uma gama de distâncias, salto em distância, salto em altura, arremesso de peso, disco, atletismo), basquete, críquete, hóquei e tênis. Outras atividades recreativas em acampamentos incluem escalada com corda, caminhada pela floresta, tiro com arco, golfe, vôlei e tênis de mesa, bem como outras atividades interiores e exteriores".

 
"As meninas são incentivadas a participar em todas as atividades, com a participação sujeita a autorização dos pais. Nós não acreditamos que a prática excessiva pode causar às estudantes do sexo feminino a perda da virgindade ou que as lesões decorrentes do esporte poderiam torná-las inférteis."

 
O estabelecimento privado, que acolhe 1.700 alunos de 5 a 18 anos, recebeu em 2013 mais de 15 milhões de dólares australianos (10,8 milhões de euros, US$ 11,6 milhões) de financiamento público.