O ex-jogador de futebol e deputado estadual Mário Jardel, do PSD gaúcho, negou que tenha sofrido ameaças de morte de ex-assessores de seu gabinete na Assembleia Legislativa. Jardel concedeu uma entrevista coletiva no início da tarde deste sábado, na sede do PSD gaúcho. A conversa com os jornalistas foi rápida – menos de 30 minutos – e acompanhada de perto por alguns assessores. A pressa em terminar a coletiva ficou evidente tanto nas respostas do deputado como nas intervenções feitas por seus auxiliares. O único dirigente do PSD a acompanhar Jardel foi o presidente do partido em Porto Alegre, Nelcir Tessaro.
Na quarta-feira que antecedeu o feriado de Páscoa, Jardel exonerou 16 servidores do gabinete e da bancada e retirou a função gratificada de outro. Apenas quatro assessores permaneceram. Ele é o único deputado do PSD na Assembleia gaúcha. Em seguida, o ex-jogador entrou em licença saúde por 10 dias.
No período em que Jardel permaneceu afastado, Cristian Lima, que é ligado ao deputado, intitulando-se seu novo chefe de gabinete, passou a dar expediente na Assembleia e atender a imprensa. Lima justificou as exonerações dizendo que Jardel não tinha controle sobre ações do mandato, que sofreu ameaças “de todo o tipo” por parte de assessores exonerados, e que estava em depressão.
Lima, contudo, não chegou a ser nomeado oficialmente para o cargo: seu nome não foi publicado no Diário Oficial. Na sexta-feira, alguns dos quatro assessores remanescentes no gabinete informaram que Lima não era e nem viria a ser o novo chefe de gabinete. Neste sábado, Jardel disse que houve um problema de comunicação. “Houve uma conversa, mas não houve ordem nenhuma da minha parte. Ele é uma pessoa ligada à gente, mas não é chefe de gabinete”, resumiu.
Jardel também não quis fornecer detalhes sobre eventuais problemas de saúde. Questionado sobre especulações que circularam durante a semana na Assembleia, a respeito de problemas com drogas que envolveriam ex-integrantes do gabinete, Jardel não quis dar qualquer declaração gravada. Mas respondeu, rindo: “o problema de droga no gabinete é que o gabinete estava uma droga.”