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NOTÍCIA

PF prende ex-secretário de MT por suspeita de ocultação de bens

Eder Moraes transferiu um imóvel para o nome do filho de 11 anos. Advogado alega que não houve irregularidade na transferência.

Data: Quarta-feira, 01/04/2015 00:00
Fonte: Pollyana Araújo Do G1 MT
Ex-secretário de Fazenda de MT diz que mentiu em depoimento ao MPE (Foto: Reprodução TVCA)
Ex-secretário de Fazenda Eder Moraes já tinha sido
preso no ano passado (Foto: Reprodução TVCA)
 

O ex-secretário de estado Eder Moraes foi preso nesta quarta-feira (1º) pela Polícia Federal por suspeita de ocultação de bens. A prisão ocorreu durante a 7ª fase da Operação Ararath, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

 

Em outras fases dessa operação, a PF já havia prendido Eder por suspeita de crimes financeiros e lavagem, além do ex-deputado estadual José Riva (PSD) e o superintendente do Bic Banco Luiz Carlos Cuzziol.

 

 

O advogado de defesa de Eder, Ronan de Oliveira, confirmou a prisão do cliente na manhã desta quarta-feira. Segundo a polícia, durante as investigações se descobriu indícios de que os suspeitos faziam transações imobiliárias fraudulentas com valores abaixo do praticado no mercado. Eles também teriam comprado veículos de luxo em nome de 'laranjas' na tentativa de ocultar os bens e evitar que fossem tomados por determinação judicial.

 

O advogado disse que a prisão ocorreu porque Eder Moraes havia transferido um imóvel para o nome do filho dele, de 11 anos, e que não havia irregularidade na transação. "Não tem nenhum problema ele ter transferido para o filho dele. Ele poderia ter deixado em nome do dono anterior ou ter transferido para outra pessoa", afirmou.

 

Além do mandado de prisão, a PF cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa do investigado, localizada no condomínio Florais Cuiabá.

 

A prisão de Eder Moraes foi determinada pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso a pedido do Ministério Público Federal. Em maio do ano passado, o ex-secretário tinha sido preso e foi levado a Penitenciária da Papuda, em Brasília, e, depois de quase três meses, conseguiu deixar a prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

O esquema
O esquema fraudulento teria sido o maior da história de Mato Grosso, conforme o próprio Eder Moraes.

 

Em um pedido de representação falsificado, o ex-secretário de Fazenda diz que o esquema criminoso, o qual teria intermediado junto a instituições bancárias, banco clandestino e políticos, foi o maior de todos os tempos. Com esse documento que pedia a prisão preventiva dele, Éder tinha a possível intenção de ameaçar os políticos que também teriam envolvimento com o crime, segundo a denúncia do MPF.

 

As investigações do MPF e PF apontam que Éder Moraes era o grande operador do esquema e, para isso, teria 'carta branca' do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR-MT).

 

Por meio das empresas de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, eram feitos empréstimos junto a instituições bancárias, entre elas o Bic Banco, em benefício de Silval e Maggi para alimentar o que ele chamava de 'sistema', o qual sustentava os acordos políticos e financiava campanhas eleitorais. Todos negam participação nesse esquema.