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NOTÍCIA

Dinapec apresenta alternativa para diversificação de pastagens na Amazônia

Data: Domingo, 08/03/2015 00:00
Fonte: Embrapa

 

Começa na quarta-feira (11 de março), a décima edição da Dinâmica Agropecuária (Dinapec) na vitrine tecnológica da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS. No evento, o público poderá participar de roteiros tecnológicos, dinâmicas e oficinas com foco nas novidades da Ciência e Tecnologia para a pecuária bovina. 

 

Uma das alternativas apresentadas no roteiro “Novas Cultivares de Forrageiras”, será a cultivar Panicum maximum BRS Zuri, uma boa opção para diversificar as pastagens, principalmente na Amazônia, onde o regime de chuvas é intenso. A forrageira apresenta boa tolerância aos solos encharcados, comuns na maioria da região Norte. 

 

 “No Acre, os experimentos demonstraram que esse é o fator mais interessante do Zuri porque chove muito e os solos são de baixa permeabilidade. Além disso, não registramos ataques severos de pragas e doenças no estado”, afirma o pesquisador Carlos Maurício de Andrade, um dos envolvidos com as pesquisas. 

 

A cultivar apresenta alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis, podendo ser uma alternativa em substituição ao capim Tanzânia em propriedades atingidas pelo fungo. A alta resistência à cigarrinha-das-pastagens é outra característica observada.

 

De acordo com o analista da Embrapa Acre, Bruno Pena, que estará apresentando as vantagens da tecnologia na Dinapec, a produtividade do Zuri é superior à produção do Tanzânia, um dos capins mais difundidos nas pastagens brasileiras. “Por ser ideal para sistemas intensivos e palatável para o gado, as avaliações da BRS Zuri mostraram que os animais ganharam 890 quilos de peso vivo por ano, 100 quilos a mais que a cultivar Tanzânia”, afirma. 


 

Degradação de pastagens

Diversificar as pastagens com diferentes tipos de gramíneas é importante para evitar a degradação das pastagens, o maior problema da atividade pecuária no Brasil. Cerca de 70 milhões de hectares nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil são de pastagens degradadas. “A recuperação dessas áreas tem sido apontada como a principal ação de modernização da pecuária bovina na Amazônia, porque permite a reutilização das áreas já desmatadas e que atualmente se encontram abandonadas ou subutilizadas. Dessa forma, promove ganhos de produtividade, reduz desmatamentos, aumenta o sequestro de carbono no solo, diminuí as emissões de gases de efeito estufa e torna a atividade mais sustentável”, afirma Andrade.