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NOTÍCIA

Especialistas explicam o aumento de casos de malária no RJ

Seca propiciou a concentração do transmissor. No estado, mosquito só é encontrado em regiões de Mata Atlântica.

Data: Quinta-feira, 26/02/2015 00:00
Fonte: Do G1 Rio

 


Dois especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o geneticista Mariano Zalis e o infectologista Alberto Chebabo explicaram no Bom Dia Rio desta quinta-feira (26) os casos de malária registrados no estado do Rio recentemente. Segundo Zalis, o aumento do número de casos no estado não é normal, embora sempre haja registro da doença.


“Houve um aumento do número de casos nos anos 1920 e depois ficou mais controlado, com casos esporádicos sobretudo nas regiões de Mata Atlântica. O que aconteceu agora, a gente acredita que é em função dessa grande seca, principalmente em dezembro, onde os lugares de água as larvas diminuíram e ficaram presas em locais como cachoeiras e rios, exatamente nos locais mais visitados pelas pessoas”, explicou Zalis.


O geneticista acrescentou ainda que o mosquito transmissor da malária não voa para muito longe e, por isso, ficou concentrado nessas regiões, infectando as pessoas que frequentaram esses locais. Ou seja, a seca favoreceu a concentração do mosquito em regiões mais perto do homem.


Chebabo destacou que a melhor forma de se evitar a doença é evitar a picada do mosquito. Por isso, ele aconselhou quem vai para regiões de mata fechada na Região Serrana do Rio, em localidades como Lumiar, Sana, Guapimirim, por exemplo, devem utilizar repelente.


“É a melhor forma e única forma de se proteger da picada do mosquito. A pessoa infectada pela malária tem como sintomas principalmente febre e dor de cabeça. Na grande maioria das vezes a febre acontece em períodos de 24 horas ou 48 horas, indo e voltando. E entre esses períodos a pessoa se sente aparentemente bem. Pode ser confundida com outras viroses, mas se a pessoa entrou em ambientes de mata, deve informar ao médico que esteve em áreas onde ocorrem casos de malária, para que seja feito diagnóstico diferenciado para saber se é um caso de malária”, informou o especialista.


Quem suspeitar que está com a doença deve procurar um médico, informar se esteve em região de mata nos últimos 15 dias, e a partir daí o médico deve pedir um exame de sangue para ver o hematozoário – que é a identificação do parasita no sangue – e fazer o diagnóstico.


Segundo Chebabo, dificilmente a contaminação se dá de pessoa para pessoa, pois é preciso um número muito grande de parasitas no sangue do infectado passe a doença adiante. Normalmente, a malária deixa uma quantidade muito baixa de parasitas no sangue. O mosquito não existe nas cidades, mas sim em regiões de mata.