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NOTÍCIA

Eder Moraes nega comandar esquema em MT e anuncia processo contra a Rede Globo

Data: Segunda-feira, 23/02/2015 00:00
Fonte: Olhar Direto/ Ronaldo Pacheco

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

 


Por considerar que houve erro no envolvimento seu nome como operador do esquema de desvio de dinheiro em Mato Grosso, na reportagem “cadê o dinheiro que tava aqui”, divulgada pelo ‘Fantástico’(Rede Globo), exibida na noite do último domingo (22), o ex-secretário Eder Moraes Dias, de Fazenda e da Copa do Pantanal (Secopa), divulgou ‘Nota de Esclarecimento’ em que nega ser o operador do esquema.
 
 
“Os depoimentos que foram divulgados no início da matéria, esclareço que nenhum destes corresponde com a realidade, já que formalmente me retratei de todos, fato este já reconhecido judicialmente, e ainda deixei consignado que nenhum destes poderiam ser utilizados, porquanto inverídicos, não exprimindo com a verdade, somente em juízo será restabelecida a verdade dos fatos”, afirmou ele, em trecho da nota.

 
Eder Moraes não se defendeu, porém, do fato de ser acusado de operacionalizar supostos benefícios financeiros para alguns deputados estaduais aprovarem projetos do governo de Mato Grosso. Também não negou que pegasse dinheiro do agiota Júnior Mendonça supostamente a mando do então governador Silval Barbosa (PMDB).

 
Por isso, ele anunciou que está ingressando com ações civis e criminais contra a emissora e interpelação judicial contra os demais  veículos que a reproduziram.

 
A base de sua defesa se manteve às denúncias sobre a Secretaria Extraordinária da Copa do Pantanal (Secopa), principalmente quanto à aquisição do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). “Em nenhum momento tive qualquer participação nos atos de gestão e quaisquer outros, no que se refere à licitação, pagamentos, aquisições, editais, importações do VLT”, pontuou ele.

 
Eder de Moraes assegurou que a responsabilidade é do ex-secretário Maurício Guimarães, titular da Secopa no período citado pela reportagem. “Informo que a licitação do VLT, em regime diferenciado de contratação, foi feita na gestão do então secretário Maurício Guimarães... foram publicadas no Diário Oficial do Estado   em... 23 de abril de 2012 (edital n.º 01/2012), 29 de setembro de 2012 (edital n.º 04/2012) e 06 de maio de 2013 (edital n.º 03/2013)”, citou Moraes Dias, com precisão cirúrgica.

 
Eder Moraes foi presidente da Agência Estadual de Fomento (MT Fomento) e, depois, secretário de Estado de Fazenda, Casa Civil, Secopa e Escritório de Mato Grosso em Brasília, entre 2004 e 2013.


Veja abaixo a íntegra da nota encaminhada por Eder Moraes:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
 
Em atenção à matéria intitulada “cadê o dinheiro que tava aqui” divulgada na Rede Globo no programa Fantástico de 22 de fevereiro do corrente ano, esclareço:
 
1 – Ao contrário do que foi publicado em citada matéria jornalística, como ex-Secretário de Fazenda, Casa Civil e SECOPA do Estado de Mato Grosso, em nenhum momento tive qualquer participação nos atos de gestão e quaisquer outros  no que se refere a licitação, pagamentos, aquisições, editais, importações do VLT;
 
2 – Informo que a licitação do VLT, em regime diferenciado de contratação – RDC – , foi feita na gestão do então Secretário da Copa Sr. Maurício Guimarães, que aconteceram em 3 (três) etapas e que foram publicadas no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, sendo em: 23 de abril de 2012 (edital n.º 01/2012), 29 de setembro de 2012 (edital n.º 04/2012) e 06 de maio de 2013 (edital n.º 03/2013). Portanto, todos os atos foram praticados, adjudicados e homologados fora da minha gestão, pois ocupei o cargo de Secretário da SECOPA até o dia 18 de abril de 2012;
 
3 – Saliento que toda a precificação, aquisição de materiais e detalhamentos em editais, materiais rodantes, tecnologia, acompanhamento e gestão se deram fora do meu mandato como Secretário. Por conseguinte, a informação veiculada em matéria jornalística quanto à atribuição dos atos de gestão do VLT e qualquer responsabilidade a minha pessoa não correspondem à realidade, notadamente por inexistir, como esclarecido, qualquer envolvimento nos fatos levados a lume.
  
4 - Ressalto que a matéria divulgada omitiu fatos importantes, que necessitam ser esclarecidos. Tanto que não foi levada em consideração a pesquisa no Portal da Transparência do Governo Estadual no que tange a responsabilidade pelos desembolsos, bem como, procedimentos constantes no site www.mtnacopa.mt.gov.br  suas datas e ordem cronológica.
  
5 – Quanto aos depoimentos que foram divulgados no início da matéria, esclareço que nenhum destes corresponde com a realidade, já que formalmente me retratei de todos, fato este já reconhecido judicialmente, e ainda deixei consignado que nenhum destes poderiam ser utilizados, porquanto inverídicos, não exprimindo com a verdade, somente em juízo será restabelecida a verdade dos fatos.
 
6 – Reafirmo a minha inocência, que está sendo comprovada, pois não cometi qualquer ilegalidade, e não serão acusações dúbias, levianas e descabidas que influenciarão em qualquer julgamento, que deverá ser justo e isento, dentro do devido processo legal, não sendo influenciado por qualquer pressão midiática com intenção de manobra da opinião pública. Há um claro interesse em demonizar o VLT em detrimento de interesses outros não tão republicanos. Continuo confiando na Justiça deste país.
  
7 – Por fim, todas as medidas judiciais necessárias serão adotadas para que a verdade seja restabelecida, e os caluniadores punidos pelos danos causados, na sua devida proporção.
  
ÉDER DE MORAES DIAS