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NOTÍCIA

Henrique Pizzolato se entrega à Justiça italiana

Corte de Cassação decidiu pela extradição do condenado no Mensalão

Data: Quinta-feira, 12/02/2015 00:00
Fonte: Ultimo Segundo


O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato se entregou à Justiça italiana nesta quinta-feira (12). Segundo fontes policiais, as autoridades já estavam monitorando os passos do condenado no Mensalão para que ele não fugisse novamente.

 

O ex-diretor do BB Henrique Pizzolato, foragido da Justiça brasileiraBanco de Imagens
O ex-diretor do BB Henrique Pizzolato, foragido da Justiça brasileira

A Corte de Cassação de Roma autorizou nesta quinta-feira (12) a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. 


Condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão, o brasileiro fugiu para a Itália há um ano e cinco meses com um passaporte falso. Agora, cabe ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir se acata ou não a decisão judicial. Assim que o Ministério for notificado oficialmente, o país terá 20 dias para tomar a decisão. 


Segundo os juízes que analisaram o caso, "existem" no Brasil todas as condições para garantir a segurança de Pizzolato em um presídio. O argumento da falta de respeito aos direitos humanos nas prisões brasileiras foi o utilizado pela defesa para pedir que o ex-diretor continuasse a morar na Itália. 


A reversão da decisão do Tribunal de Bolonha foi uma vitória do governo brasileiro. Em setembro de 2013, os magistrados haviam negado a extradição por concordarem com a defesa - de que o país não teria como garantir a integridade física do condenado. 


Horas após a decisão da Corte, Pizzolato se entregou à Justiça italiana, em uma ação coordenada pela Interpol. De acordo com fontes policiais, o ex-diretor do BB estava sendo monitorado há alguns dias para evitar uma nova possível fuga. 


Entenda o caso 

De acordo com a sentença do Mensalão, Pizzolato autorizou a transferência de R$ 73 milhões do fundo Visanet (administrado pelo Banco do Brasil) para as agências de publicidade de Marcos Valério, operador do esquema de pagamentos ilegais a parlamentares da base aliada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. 


Condenado, ele fugiu do país usando a identidade de um irmão morto para chegar à Itália, fazendo uso da dupla cidadania. 


Pizzolato alegava que gostaria de passar por um novo julgamento "que não fosse político" no país. "Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no Tratado de extradição Brasil e Itália", disse, em carta divulgada na ocasião. 


Foragido da Justiça, ele teve seu nome incluído na lista de pessoas procuradas pela Polícia Internacional (Interpol). Em fevereiro de 2014, ele foi preso em Maranello, onde estava escondido na casa de um sobrinho, sob acusações de falsidade ideológica.


Réus do mensalão se entregam

O ex-ministro José Dirceu chegou à sede da PF acompanhado do advogado e foi recebido aos gritos por militantes do PT (15/11). Foto: Futura Press
O ex presidente do PT José Genoino foi o primeiro condenado do mensalão a se entregar. Ele se entregou na sede da Polícia Federal (15/11). Foto: Futura Press
Ao se entregar, José Genoino foi aplaudido por alguns militantes do PT que estavam em frente ao prédio da PF (15/11). Foto: Oslaim Brito/Futura Press
Delúbio deixa o edifício central no setor comercial sul, em Brasília, após mais um dia de trabalho na CUT. Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
Antes de embarcar para Brasília, eles fizeram exame de corpo de delito (16/11). Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Entre os detidos estava Marcos Valério, o operado do mensalão (16/11). Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Avião da Polícia Federal com condenados no julgamento do Mensalão, no Aeroporto da cidade de Brasília (DF), neste sábado (16). Foto: Pedro França/Futura Press
Antes de chegar em Brasília, o avião da Polícia Federal passou em São Paulo e em Minas Gerais. Foto: Pedro França/Futura Press
O ex-ministro José Dirceu desembarcou acompanhado de agentes. Foto: Pedro França/Futura Press
Antes de chegar em Brasília, o avião passou por Minas Gerais. Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Futura Press
Os condenados no mensalão chamaram atenção de populares. Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Futura Press
Militantes do PT protestam em frente a  Polícia Federal em Brasília. Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
Em frente a sede da Polícia Federal em Brasília, militantes do PT esperam por condenados no mensalão. Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
No grupo detido em Minas Gerais também está Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural (16/11). Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Antes de ser levada para Brasília, Kátia teve que dividir cela com Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério (16/11). Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Romeu Queiroz, ex-deputado (PTB), também teve que se apresentar à Polícia Federal. Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério, passou por exame de corpo de delito. Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Ramon Hollerbach, que também teve de se apresentar à PF, é o outro ex-sócio de Marcos Valério. Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
José Roberto Salgado é ex-executivo do Banco Rural. Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Sete condenados no mensalão se entregaram em Minas Gerais. Eles foram hostilizados pela população (16/11). Foto: Frederico Haikal / Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / Futura Press
Protesto contra prisão do ex ministro chefe da Casa Civil José Dirceu em frente à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF) (16/11). Foto: Futura Press
O advogado de José Dirceu José Luís de Oliveira Lima concede entrevista em frente à sede da PF de São Paulo (16/11). Foto: Futura Press
Manifestantes do PT se reúnem em frente à sede da PF de Brasília para protestar contra prisão dos condenados do mensalão (16/11). Foto: Marcel Frota/iG Brasília
Advogado Marthius Sávio Lobato concede entrevista sobre seu cliente, Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão que fugiu para a Itália (16/11). Foto: Futura Press
Ex-presidente do PT José Genoino e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deixaram a sede da PF em direção ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (16/11). Foto: Futura Press
Marcos Valério se entrega na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG) (15/11). Foto: Futura Press
O ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas se entregou na sede da Polícia Federal em Brasília (15/11). Foto: Futura Press
A ex-funcionária de Marcos Valério Simone Vasconcelos se entrega na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG) (15/11). Foto: Futura Press
A ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello se entregou na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte. Ela estava acompanhada do advogado (15/11). Foto: Futura Press
Romeu Queiroz se entrega na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (15/11). Foto: Futura Press
Ex-sócio de Marcos Valério Ramon Hollerbach se entrega na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG) (15/11). Foto: Futura Press
 
 
 

Caso Battisti 

Durante o julgamento ocorrido na quarta-feira (11), os advogados de Pizzolato usaram o "caso Battisti" para pedir que o ex-diretor ficasse na Itália. No final da década passada, Roma pediu a repatriação do ex-ativista Cesare Battisti, condenado em sua terra natal à prisão perpétua por associação subversiva e quatro assassinatos cometidos nos anos 1970. 


O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a autorizar a extradição em 2009, mas, no último dia do seu segundo mandato, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva decidiu, por decreto, não mandá-lo embora. Atualmente, Battisti vive em liberdade no Brasil. 


Segundo especialistas, a decisão da Corte de Cassação - instância máxima da Justiça italiana - mostrou que a reciprocidade não seria aplicada.