ARIPUANÃ, Sexta-feira, 29/03/2024 -

NOTÍCIA

Centrais esperam mudar no Congresso MPs que reduzem benefícios trabalhistas

Data: Quarta-feira, 04/02/2015 00:00
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

Os líderes sindicais que estiveram reunidos com ministros no fim da tarde e início da noite desta terça-feira, 3, em São Paulo, disseram considerar positiva a decisão de envolver o Congresso Nacional na discussão sobre as medidas provisórias editadas pelo governo no fim do ano passado propondo alterações nas regras para concessão de benefícios como seguro-desemprego, pensão por morte e abono salarial. Conforme adiantado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na reunião ficou acordada a criação de uma comissão tripartite, composta por centrais, governo e parlamentares, para tratar do tema.


A proposta de trazer os parlamentares para a mesa de negociação, uma vez que os deputados e senadores terão de apreciar as MPs, partiu dos próprios sindicalistas. O objetivo das centrais é evitar o que sejam efetivadas as alterações que consideram ser perdas de direitos para os trabalhadores. "Vamos levar para o Congresso e tentar obter uma vitória para os trabalhadores", disse Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).


O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, também fez considerações positivas sobre o governo ter acolhido a proposta de montar a comissão tripartite. "Demos um passo importante no sentido de sinalizar a possibilidade de adequar medidas provisórias que tiram direitos dos trabalhadores", afirmou. "É fundamental que a negociação continue com o Parlamento."


Ao abrir a coletiva de imprensa em nome dos sindicalistas, Freitas, da CUT, no entanto, mostrou contrariedade com a postura do governo e disse que os ministros não mostraram nenhuma disposição em negociar pontos das MPs. "Temos outras alternativas para que o governo faça a taleconomia que quer fazer", disse Freitas, ao repetir a sugestão de aumentar tributação sobre lucro empresarial e de implementar a taxação sobre grandes fortunas.


Ao contrário do que foi dito pelo secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, pouco depois, a avaliação dos sindicalistas é de que estão sendo "driblados" pelo governo e não de fato chamados a negociar o conteúdo das medidas. Como disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical, antes do início da reunião, a impressão dos sindicalistas é de que o governo está "vindo com conversa para boi dormir" ao afirmar que está disposto a dialogar. Ao sair do encontro, Torres destacou que as centrais continuaram a defender a revogação das alterações defendidas pelo governo federal.


Os líderes ressaltaram pontos centrais que afirmam não serem considerados neste momento pelo governo, como o alto índice de rotatividade no mercado de trabalho. A questão será tema da próxima reunião entre centrais e ministros, na semana que vem.


Além de Rossetto, participaram da reunião de mais de duas horas com os sindicalistas os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; da Previdência Social, Carlos Gabas; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.