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NOTÍCIA

Bezerra dispara contra Dilma e sinaliza rompimento

Para o peemedebista, falta pulso firme para as mudanças necessárias

Data: Domingo, 25/01/2015 00:00
Fonte: ALLINE MARQUES DO DIÁRIO DE CUIABÁ

Foto:Roberto Stuckert Filho

Carlos Bezerra e a presidente Dilma Rousseff, em registro feito em 2013

 
O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), apesar de estar na base da presidente Dilma Rousseff (PT), não poupou críticas à gestão da petista. Para o peemedebista, falta pulso firme para as mudanças necessárias e reclamou dos juros altos, beneficiamento aos banqueiros e ainda a concentração de riqueza que beneficia apenas os “grandes”.


Nos últimos dias, a presidente anunciou um pacote de medidas impopulares que iniciaram ainda no fim de 2014, como o endurecimento das regras para concessão de benefícios trabalhistas. Além do aumento de impostos, da gasolina e da tarifa de energia. Até o momento, Dilma não se manifestou a respeito, apenas por notas.


Para Bezerra, tais medidas, apesar de impopulares, até são necessárias diante da atual situação, mas para ele a política econômica precisa mudar. Ele destaca que nem o PT e nem mesmo o PMDB mudou o rumo da economia do país.


“Adotaram a política do arrocho que atinge diretamente a maior parcela da população, mas enquanto isso os poderosos e os bancos continuam se beneficiando com juros elevadíssimos. Precisa mudar esta política econômica equivocada, concentradora de riquezas, que beneficia os grandes”, afirmou.


Bezerra, que vai para o quarto mandato de deputado federal, defende a reforma tributária como uma das soluções para evolução da economia no país, mas há décadas ela é discutida e pauta as eleições presidenciais, mas nunca saiu do papel. O Congresso não evolui nas discussões e a cada tempo o governo federal altera a proposta e nunca chega-se a um consenso.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o primeiro mandato com a garantia de que realizaria as reformas necessárias, pois além da tributária tem ainda a previdenciária, trabalhista e política. Pouco se evoluiu, apenas minirreformas foram feitas.


Bezerra já vinha demonstrando insatisfação com a gestão petista desde o período da eleição e chegou a defender inclusive que o PMDB rompesse com o PT e tivesse candidatura própria.


Em Mato Grosso, onde comanda o partido há décadas, o cacique já sinalizou que pretende romper os laços com o PT que se repetiu em 2012 e 2014 sem sucesso, tendo em ambas o petista Lúdio Cabral à frente da disputa. Para a prefeitura de Cuiabá, o advogado Francisco Faiad foi o vice e na briga pelo governo a esposa do parlamentar, Teté Bezerra, compôs a chapa ao lado do médico.


Com a derrota não apenas para a majoritária, mas também na proporcional, já que em 2010 elegeu cinco deputados e ano passado apenas três, Bezerra entende que o partido precisa repensar também as alianças no Estado. Porém, a derrocada do PMDB deve-se muito aos desgastes gerados pela gestão de Silval Barbosa (PMDB), que deixou o Estado com uma situação financeira complicada e ainda com obras inacabadas e com falhas técnicas.


Apesar de o PMDB representar a bancada de oposição na Assembleia Legislativa, os parlamentares devem se manter neutros e esta é a orientação do próprio presidente do partido. E o próprio governador Pedro Taques (PDT) também já buscou aproximação com os deputados Baiano Filho (PMDB) e Silvano Amaral (PMDB). Já com relação a Romoaldo Junior (PMDB), pertencente à atual mesa diretora e aliado do deputado José Riva e que também foi líder do governo Silval, este parece também já ter aparado as arestas e pode inclusive ter apoio do pedetista para disputa da mesa diretora numa chapa ao lado de Guilherme Maluf (PSDB).