As consequências do fechamento do canal por pescadores incluíram mal-estar político, prejuízo de imagem e financeiro para o Complexo Portuário do Itajaí. Pressionados pela cadeia portuária, os responsáveis pelos terminais de Itajaí e Navegantes participaram ativamente das negociações depois que a liminar que conseguiram na Justiça ainda na segunda-feira à noite, que ordenava a abertura do canal, foi desconsiderada pelos manifestantes.
O impasse estremeceu relações entre a pesca e a atividade portuária. Concentrar o protesto de uma demanda de repercussão nacional em Itajaí concentrou, também as consequências na cidade.
Eclésio da Silva, presidente do Sindasc, sindicato que representa as agências de navegação marítima e as comissárias de despachos no Estado, disse que o setor concorda com a legitimidade da demanda da pesca mas discorda que outro segmento econômico seja prejudicado por isso.
Três navios (incluindo o transatlântico) foram impedidos de sair e pelo menos dois, que deveriam ter atracado durante o dia, esperaram ao largo. Para os navios comerciais cada dia de atraso representa até US$ 50 mil de prejuízo pagos pelo armador, que além das taxas portuárias arca com os custos decorrentes da demora na entrega das cargas.
Mas é a imagem dos terminais que sai da manifestação arranhada e deve sofrer o maior impacto da manifestação.