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NOTÍCIA

Comitê Passe Livre estuda protestos contra o aumento da passagem de ônibus em Londrina

Data: Segunda-feira, 05/01/2015 00:00
Fonte: ODiário/ Alexandre Sanches
Os integrantes do Comitê do Passe Livre de Londrina devem se reunir, nos próximos dias, para marcar a retomada de protestos contra o aumento do transporte coletivo municipal. Desde o dia 1º de janeiro o usuário dos ônibus em Londrina estão pagando 11% mais caro para andar de ônibus. A tarifa subiu de R$ 2,65 para R$ 2,95, índice bem acima da taxa do IPCA de 6,55% registrado em 2014. 

O integrante do Comitê, William Casagrande, avalia que novas manifestações contrárias podem acontecer em breve, apesar do grupo ainda não ter se reunido para apresentar uma posição pública oficial a respeito. "Durante 2014 a gente já acreditava que pudesse, pelo histórico dos reajustes, ocorrer este aumento na virada do ano. Tínhamos nos articulados sobre isso, até de elaborar uma reunião agora no início do ano para fazer encaminhamento para algum tipo de intervenção pública", afirmou em entrevista à Rádio CBN Londrina.


Apesar do anúncio da ampliação da gratuidade do transporte coletivo para os estudantes dos ensinos fundamental e médio em Londrina, Casagrande vê com cautela este benefício. Para ele, apesar do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) dizer que não haverá impacto direto nos cofres públicos, o transporte público continuará com serviços precários. "A gente vai continuar tendo um transporte público de baixa qualidade e com preço muito caro. Por mais que o prefeito diga que o subsídio não impacte no valor da tarifa de forma negativa, ele só existe porque há um pagamento que será ampliado para as empresas de transporte", ressaltou.


A realização de novas intervenções públicas contra o transporte coletivo deverá acontecer após uma avaliação criteriosa do grupo. Em 2014, nos meses de janeiro e fevereiro, logo após o último reajuste da tarifa, houve quatro protestos. Em um deles houve atos de vandalismo com depredação de ônibus e pixação de prédios públicos. Porém, as ações perderam força justamente com o retorno às aulas.


Para Willian Casagrande, o esfriamento das manifestações públicas junto aos estudantes foi reflexo das prisões realizadas pela Polícia Militar como forma de intimidar o movimento. "A gente condenou isso [depredações] à época, tanto que as prisões foram revertidas. Ela foram só para intimidar o movimento. Concluímos que por conta da repressão é que não conseguimos prosseguir com os protestos", ressaltou.


Ação judicial

Enquanto o movimento Passe Livre estuda manifestações públicas contra o aumento da tarifa de ônibus que considera abusivo, a empresa Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) deve entrar na Justiça para garantir um aumento maior nos valores.


Após a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) anunciar que o valor de R$ 2,95 é o menor encontrado na planilha de custos, a TCGL, através do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (Metrolon), emitiu nota oficial considerando este valor muito baixo. E disse ainda que a CMTU definiu a tarifa pelos percentuais mais baixos da planilha de cálculo da tarifa, não levando em consideração os percentuais médios e a margem de lucro das empresas. Além da TCGL o transporte coletivo também é operado em Londrina pela empresa Londrisul.


Já o prefeito Alexandre Kireeff anunciou na última semana que a Controladoria Geral do Município vai auditar o custo do transporte coletivo em Londrina. Para ele, é preciso haver um olhar externo ao da CMTU na planilha de custo do setor. Kireeff acredita que poderá haver ainda uma redução no custo da tarifa e, caso isso aconteça, poderá ser aplicado um novo reajuste com a aplicação de uma tarifa redutora. A Controladoria tem prazo de 60 dias para analisar a planilha.