O incêndio a bordo do "Norman Atlantic", navio de bandeira italiana mas operado pela companhia grega "Anek", começou na zona reservada aos veículos, onde estavam cerca de 200 automóveis, mas o calor atingiu rapidamente todo o navio. Seguiram-se momentos de pânico e iniciou-se um contrarrelógio para salvar os passageiros e a tripulação.
"Parecia o Titanic", contaram duas irmãs adolescentes de nacionalidade grega, após terem sido resgatadas. Em choque e assustados, os passageiros iam sendo retirados do "ferry" pelas equipas de salvamento apoiadas por helicópetros, botes salva-vidas e outras embarcações. Um outro viajante contou a uma televisão grega que chegou a sentir os sapatos a derreterem.
Molhados e enregelados, os passageiros amontoavam-se no "deck" superior do "ferry" e, enquanto pediam por socorro, relatavam o seu terror às televisões gregas através de contactos via telemóvel.
Os ventos fortes, com rajadas de 100 quilómetros por hora, além da chuva forte e granizo, pioravam o cenário dos salvamentos por mar e ar. Um helicóptero da Força Aérea grega tentou repetidamente salvar duas pessoas que caíram de uma saída de emergência e ficaram presas na linha de água, à mercê de ondas de seis metros.
Até ao momento, tinham sido resgatadas 161 pessoas, entre as quais algumas crianças, dos 478 passageiros: 268 pessoas de nacionalidade grega, 22 italianos, sendo os restantes maioritariamente de nacionalidade turca, alemã, italiana e francesa.
O "ferry" estava já perto de águas territoriais albanesas e o incêndio dado como controlado. Os passageiros que ainda não tinham sido resgatados aguardavam por ajuda na proa do navio comandado por um italiano de 62 anos.