As ações da JBS, maior produtora global de carnes e dona de marcas como Friboi e Seara, despencaram na Bovespa nesta segunda-feira (22), com operadores citando reportagem do jornal "Valor Econômico" afirmando que a empresa creditou R$ 800 mil em duas contas correntes de uma empresa fantasma investigada pela operação Lava Jato.
Em comunicado à imprensa, a JBS disse "refuta de forma veemente" a notícia associando a companhia a contas bancárias envolvidas na operação da Polícia Federal.
As ações da JBS chegaram a despencar quase 18% na mínima da sessão, mas fecharam em queda de 8%. O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,95%.
Segundo a JBS, os pagamentos citados na reportagem são oriundos de um contrato de aquisição da unidade industrial em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, um Centro de Distribuição em São José dos Pinhais no Paraná e um outro Centro de Distribuição em Itajaí, Santa Catarina, cujos vendedores eram Tiroleza Alimentos Ltda., Ademar Marquetti de Souza, Paulo Roberto Sanches Cervieri e Rodo GS Transportes e Logística Ltda.
A reportagem do "Valor" afirma que a conta utilizado está em nome de um laranja usado por doleiros como Carlos Habi Chater, que integrava o esquema financeiro paralelo de Alberto Yossef - pivô do esquema investigado pela operação Lava Jato, acusado de usar empresas ficitícias para simular contratos com empreiteiras e desviar recursos da Petrobras.
"Os pagamentos referentes a aquisição foram feitos nas contas bancárias indicadas pelos
vendedores, sendo que a Rodo GS indicou em 2012 as contas correntes que neste momento
são objeto da investigação", informou a companhia. "A JBS reitera que os pagamentos foram feitos de acordo com o contrato assinado pelas partes, bem como em conformidade com a legislação vigente e que a Companhia possui toda a documentação comprobatória que prova a veracidade dos fatos supracitados", acrescentou.