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NOTÍCIA

Aidar protege namorada e berra para falar de Juvenal pela última vez

Data: Quarta-feira, 17/12/2014 00:00
Fonte: Gazeta Esportiva/ Tossiro Neto

 

O pequeno atraso para chegar à entrevista coletiva convocada por ele próprio na tarde desta quarta-feira deu a Carlos Miguel Aidar a vantagem de iniciar seu discurso com a sala de imprensa do Morumbi como ele queria: ocupada também por conselheiros e diretores do São Paulo que fez questão de convidar. "Sei que, normalmente, esses encontros têm geralmente finalidade de apresentar grandes contratações", desculpou-se, antes de, na realidade, apresentar satisfações pelo contrato que admitiu ter assinado com a namorada na condição de presidente do clube.


Pelo acordo firmado em maio, Cinira Maturana (titular da TML Foco Consultoria e Assessoria Empresarial LTDA) tem direito a 20% de comissão sobre qualquer negócio que levar ao clube. Acordo que, segundo Aidar, não tem mais validade alguma. "Ela está desautorizada a fechar qualquer contrato", disse o mandatário, que revelou ter "ficado" pela primeira vez com a nova parceira no fim de julho, motivo pelo qual teria decidido desde então não mais aceitar agenciamento dela.


Mas o contrato, questionado pela oposição chefiada por Juvenal Juvêncio (antecessor de Aidar) na última segunda-feira, não foi rescindido de fato. "Vou esperar para conversar com ela. Mas ela não vai gerar mais nenhum negócio ao São Paulo. Se essa rescisão não causar mal à pessoa, se ela entender que isso é nocivo à imagem dela, não vou rescindir. Mas, rescindindo ou não, ela não vai fazer nenhum negócio com o São Paulo", assegurou Aidar. Ao lado dele, os dois principais nomes do marketing do clube, o vice-presidente Julio Casares e o diretor Ruy Maurício Barbosa, confirmaram ajuda passada de Maturana na prospecção de possíveis patrocinadores e fornecedores de material esportivo.


Feito o esclarecimento diante de seus pares, Aidar partiu para o ataque a Juvenal, aumentando o tom de voz. "Falar de contrato com ela é de uma maldade, de uma malquerença, falta de respeito... Mandato tem começo, meio e fim. Quando termina o mandato, é fim, acabou. Não manda mais. Não manda mais no São Paulo", continuou, berrando e já batendo na mesa. "Hoje quem dirige o São Paulo são esses diretores e eu, na condição de eleito pelo São Paulo. Eu fui eleito por 140 conselheiros. Tenho mandato até abril de 2017 e irei cumprir até o fim. Estou cansado de ouvir besteira no corredor de duas ou três pessoas que ficam puxando o saco do ex-presidente. Chega, acabou. Não falo maias desse senhor. É a última vez que falo dele".


Djalma Vassão/Gazeta Press
Presidente Carlos Miguel Aidar usou tom de voz alto em entrevista nesta quarta no Morumbi

 

Sendo ou não a última vez que Aidar falou de Juvenal, o certo é que o presidente não aceitará mais a seu lado quem for ligado ao ex-presidente, como tratou de avisar publicamente, na presença da imprensa. "Quem quiser continuar nesta diretoria, é nesta linha. Está muito claro para mim. Chega, cansei. O São Paulo é muito maior, meu pai já dizia. Dirigir o São Paulo é muito fácil, difíceis são as pessoas. Ninguém quer abrir mão deste cargo. Nunca causei mal algum a meus sucessores", falou.


Em resposta ao que disseram na reunião da última segunda-feira os conselheiros que seguem próximos a Juvenal, Aidar fez acusações. Questionado pelo acordo com a namorada – e também por ter nomeado a filha como assessora da presidência, cargo do qual ela foi afastada após boatos de participação da contratação de jogadores –, o atual mandatário deu a entender que a filha de seu antecessor é beneficiada por um patrocínio ainda vigente, que seu assessor recebia honorários e o que o antigo vice-presidente social vendia combustível ao clube.


"Desculpem se me exalto, mas confesso que estou muito indignado com tudo o que vem acontecendo, com essa tentativa que vem sendo feita de desestruturar nossa gestão. Acabamos com benesses, não escondemos nada de ninguém. Fico enraivecido com essas barbaridades dentro do Conselho. Asseguro a vocês que, se eu não puder fazer tudo o que eu posso, ao menos vou tentar fazer tudo o que esteja a meu alcance. Eu não estou brincando aqui. Tenho 68 anos da idade, uma história de vida construída, um nome de família para respeitar. Não vai ser um ex-delegado, um ex-investigador de polícia que vai denegrir o meu nome. Fique claro isso para todos", encerrou, com voz rouca.