A tentativa da defesa de Roger Abdelmassih de suspender o julgamento que condenou o ex-médico a 278 anos de prisão em 2010 não surtiu efeito. Nesta quinta-feira (16), a 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que irá mantê-lo na cadeia, além de ter acatado pedido do Ministério Público Estadual para retirar artigo da primeira condenação que permitiria a ele ficar no máximo 30 anos preso.
Devido à prescrição de alguns crimes, no entanto, a pena de quase 300 anos foi alterada para 181 anos, 11 meses e 12 dias de reclusão, voto do relator do caso, o desembargador José Raul Gavião de Almeida.
Como os crimes pelos quais foi condenado impedem a concessão de benefícios ao longo do cumprimento da pena, Abdelmassih, 71 anos, só terá direito à liberdade condicional após ter cumprido 2/5 da pena. Na prática, a prisão se torna praticamente perpétua, uma vez que supera os 70 anos.
Assista ao emocionado depoimento de uma das vítimas do ex-médico:
Até a proliferação das denúncias de abusos sexuais de ex-pacientes, Abdelmassih era considerado um dos mais renomados médicos especialistas em fertilização in vitro do País. Ele foi condenado pelo estupro de 52 pacientes em 2010, mas fugiu do País após o Superior Tribunal Federal (STF) ter lhe concedido um habeas corpus. Só foi preso no dia 19 de agosto, no Paraguai, após quase quatro anos foragido.