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Câmara dos Representantes aprova ajuda a rebeldes sírios

O projeto ainda precisa ser aprovado no Senado, mas é o primeiro passo que a estratégia de Obama contra o Estado Islâmico na Síria comece a funcionar

Data: Quinta-feira, 18/09/2014 00:00
Fonte: Veja. Abril

 

O líder democrata no Senado, Harry Reid, e o republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes

O líder democrata no Senado, Harry Reid, fala à imprensa após reunião com o presidente Barack Obama. Ao fundo, o republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes (Olivier Douliery/EFE/VEJA)


A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou na noite desta quarta-feira a favor de um plano de ajuda para os rebeldes sírios moderados, que ainda deve ser aprovado pelo Senado, no primeiro passo da estratégia de Barack Obama contra a organização extremista Estado Islâmico (EI). Os legisladores adotaram a medida como emenda a uma lei de finanças, por 273 votos a 156. Vários parlamentares dos dois partidos – Republicano e Democrata – votaram contra esta iniciativa, refletindo a divisão no Congresso em torno da estratégia do presidente Obama na guerra contra o EI.


O plano aprovado pela Câmara dá carta branca ao Pentágono para equipar e treinar os rebeldes sírios e determina que o Executivo apresente ao Congresso, a cada 90 dias, um relatório sobre sua execução, incluindo o número de combatentes formados e os grupos sírios beneficiados com treinamento, armas e equipamentos. O projeto não prevê créditos adicionais para financiar a operação e destaca que não é uma autorização para envolver militares americanos no conflito.

 

A lei de finanças que engloba o plano foi posteriormente aprovada pela Câmara por 319 votos contra 108, e permitirá um financiamento temporário para o início do ano fiscal de 2015, que começa em 1º de outubro. A medida, que será enviada ao Senado, financia o Estado federal até 11 de dezembro e após ser aprovada evitará a paralisação da máquina estatal a partir de 1º de outubro, como ocorreu no ano passado.


Com esse projeto de gastos temporários, os legisladores poderão promover um debate mais intenso – depois das eleições de metade de mandato no Congresso, em 4 de novembro – sobre a aprovação de uma nova autorização para o uso da força militar que daria mais poderes a Obama para travar uma guerra mais ampla contra os jihadistas no Iraque e na Síria. Obama pressionou o Congresso com o objetivo de conseguir a cobertura política para iniciar uma ação militar na Síria contra o EI, embora a Casa Branca e muitos legisladores acreditem que o presidente tem a autoridade constitucional para realizar ataques aéreos na Síria, como fez no Iraque, para defender os interesses de segurança nacional.


O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, saudou a votação como "um importante passo inicial contra o Estado Islâmico".  A medida foi articulada pelo presidente do Comitê dos Serviços Armados Buck McKeon, que, no entanto, é um dos muitos republicanos que acreditam que o plano de Obama é insuficiente para alcançar o objetivo de degradar e destruir o grupo EI, que invadiu grandes faixas territoriais do Iraque e da Síria e proclamou a criação de um califado nessa região.


Ataques na Síria –  O grupo radical Estado Islâmico (EI) tomou nas últimas 24 horas o controle de dezesseis vilas de maioria curda na província de Aleppo, no norte da Síria, informou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos. As localidades ficam na periferia de Kobani, uma das principais regiões de predomínio curdo na Síria, que os jihadistas tentam conquistar parar somar às zonas sob seu domínio.

 

Na violenta ofensiva, os extremistas usaram carros de combate e artilharia pesada, forçando a população a fugir para não serem mortos. Segundo a ONG, há um número indeterminado de mortos entre os curdos, tanto civis como milicianos das Unidades de Proteção do Povo Curdo. Os curdos sírios se concentram, sobretudo, na província de Al Hasaka, no nordeste, e na região de Kobani, em Aleppo, e representam 9% da população do país. Combatentes curdos sírios têm apelado por ajuda militar de outras organizações curdas na região para repelir o avanço do Estado islâmico no norte da Síria, perto da fronteira turca, disse um oficial militar curdo nesta quinta-feira à agência Reuters.


Três anos após o início da guerra civil da Síria, que já deixou mais de 190.000 mortos, não há indicações de que os confrontos estejam próximos do fim. Os esforços para promover um diálogo entre representantes do regime do ditador Bashar Assad e da oposição não apresentaram avanços até agora. Os protestos para tirar Assad do poder se transformaram em uma violenta guerra civil sectária que dividiu ainda mais o país. A oposição síria moderada perdeu espaço com o avanço de diversos grupos extremistas, entre eles a Frente al Nusra e o Estado Islâmico (EI).


(Com agências EFE e Reuters)


Mapa Estado Islâmico do Iraque e do Levante