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NOTÍCIA

Parlamentares marcam data para depoimento de Paulo Roberto Costa

Data foi acertada entre líderes dos partidos na Câmara e no Senado. CPI também conseguiu acesso ao inquérito sobre a operação Lava Jato.

Data: Quarta-feira, 10/09/2014 00:00
Fonte: G1. Globo/ Jornal Nacional

 

A CPI mista da Petrobras marcou, para a semana que vem, um novo depoimento do ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa. Ele denunciou à Polícia Federal um esquema de desvio de dinheiro, para beneficiar políticos e partidos aliados do governo. 


A data foi acertada entre líderes dos partidos na Câmara e no Senado. Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012, durante os governos Lula e Dilma, deve depor na CPI na quarta-feira (17) da semana que vem. Ele continua preso na Superintendência da Polícia Federal no Paraná e a ida a Brasília depende de autorização da Justiça.


“A nossa assessoria, a diretoria da comissão vai tomar as providências cabíveis para o traslado do senhor Paulo Roberto à Comissão”, afirma presidente da CPI senador Vital do Rêgo.


A CPI também conseguiu acesso ao inquérito sobre a operação Lava Jato, que investiga os negócios do doleiro Alberto Yousseff com Paulo Roberto Costa. A autorização foi dada pelo ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal. Mas no inquérito ainda não estão os depoimentos dados por Paulo Roberto à Polícia Federal, depois que ele se comprometeu a colaborar com as investigações na expectativa de ter redução na pena.


Segundo a revista Veja, Paulo Roberto contou que três governadores, um ministro, pelo menos 25 deputados federais e seis senadores - parlamentares do PT, PMDB e PP - partidos da base aliada do governo, estão envolvidos em desvio de dinheiro da Petrobras.


No depoimento à CPI, Paulo Roberto também terá que explicar de onde vieram mais de R$ 36 milhões que entraram nas contas bancárias pessoais dele nos últimos nove anos. Além disso, extratos em poder da CPI mostram que empresas de fachada que receberam dinheiro de contratos da Petrobras movimentaram mais de R$ 92 milhões entre 2009 e 2013.


“Esse dinheiro é a ponta do iceberg, com certeza foram distribuídas entre autoridades, entre parlamentares, nós temos o dever na CPMI de agora apurar a fundo.”, diz o deputado líder do partido Fernando Francischini, do SD-PR.


O doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema de lavagem de dinheiro, foi citado em um depoimento divulgado na edição da revista época na internet. Carlos Alberto Pereira, advogado de Youssef, disse à Justiça Federal que, até 2013, deputados frequentavam o escritório do doleiro em São Paulo para receber dinheiro do esquema. Mas os nomes não foram citados. “Lavagem de dinheiro, existia vários deputados no escritório do Alberto lá. Mas existia, inicialmente a gente chegou a ver essas pessoas lá”, afirma Carlos Alberto Pereira no depoimento.