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NOTÍCIA

Mantega prevê 2015 com mais chuva e menos pressão sobre preços agrícola

Data: Quinta-feira, 28/08/2014 00:00
Fonte: Jornal do Comércio

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê “muitachuva” para 2015, o que, segundo ele, reduzirá a pressão sobre os preços dosprodutos agrícolas e as tarifas de energia. O cenário vislumbrado pelo ministroseria diferente do deste ano, quando a seca foi um dos fatores que levaram aoaumento da chamada inflação dos alimentos e das tarifas de energia elétrica.


“Provavelmente, vai chover muito em 2015 e vocêsreclamarão da chuva, e não da seca. O crescimento internacional vai ter umamelhoria, não só eu estou prevendo isso. [Sem a Copa do Mundo] teremos maisdias úteis e com menos pressão inflacionária”, disse Mantega.


O ministro destacou também que, há quatro mesesseguidos, os preços vem caindo no atacado e que isso poderá refletir no varejo.Para Mantega, o governo não está acertando na mosca porque não há como fazerprojeções totalmente corretas para o ano que vem.



“Não estamos acertando na mosca porque ninguém consegue ver isso comantecipação. O cenário será revisto, mas não vamos nos precipitar, vamosaguardar o fim do ano. O fato é que estamos tendo uma deflação em nívelinternacional e temos chance de fazer uma inflação menor do que a dos níveisatuais. Temos que apostar um cenário mais otimista, pois ele pode seralcançado”, disse Mantega.


Sobre a possibilidade de alcançar a meta desuperávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bense serviços produzidos no país) este ano, o ministro admitiu que é difícil.“Temos feito cortes e temos receitas extradicionárias, por exemplo”, explicou.


A proposta orçamentária para o ano que vem prevêsuperávit primário de 2,5% do PIB. Com abatimentos do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), o superávit primário pode ficar em 2% do PIB. “Está previstaa possibilidade de abatimento do PAC, mas não é obrigatório. É facultativo”,ressaltou Mantega. Ele destacou que o governo se esforçará para produzirsuperávit primário, “dando espaço para um política monetária mais flexível doBanco Central”.


De acordo com o ministro, no próximo ano, nãohaverá mais desonerações. “Na medida que a crise vai passando, vão se criandoas condições para um [superávit] primário maior”, acrescentou.


Sobre os investimentos no Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, MiriamBelchior, destacou o início de um novo ciclo no próximo ano, o que reduz oritmo dos recursos aplicados. “Tem uma série de investimentos que vão estar emetapas intermediárias. É natural que, nesse novo ciclo, uma parte das açõesesteja em estágio preparatório ou início de obra”, disse a ministra.


A previsão orçamentária para investimentos no PAC eno Programa Minha Casa, Minha Vida é R$ 65 bilhões, com crescimento 2,7%, em2015, em relação ao Projeto de Lei Orçamentária de 2014.


“Além disso, estamos aumentando os investimentos deconcessões e parcerias público-privados", enfatizou Mantega. Ele disseesperar o investimento privado cresça mais que o público. "O investimentoé prioridade deste governo, só que em parceria com o setor privado”, explicouMantega.


O orçamento total proposto para o próximo ano é R$2,86 trilhões – 89,7% para despesas obrigatórias e 10,3%, discricionárias. (Agência Brasil)