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NOTÍCIA

Visões distintas invadem relação de Governo e Fifa

Data: Sexta-feira, 20/06/2014 00:00
Fonte: OTempo
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    Chilenos são impedidos pela polícia de invadir o Maracanã durante jogo entre Chile e Espanha


A crise causada pela invasão dos chilenos durante o jogo entre a seleção sul-americana e a Espanha, anteontem, está sendo muito bem encaminhada, segundo as entrevistas coletivas dos responsáveis pela segurança no torneio tanto do lado do governo federal quanto do Comitê Organizador Local (COL) da Fifa. Uma análise um pouco mais detalhada das mesmas declarações, entretanto, demonstra que as coisas não são tão simples. Principalmente, em relação às mudanças que terão de acontecer para melhorar o quesito.


Enquanto o chefe de segurança da Fifa, Ralf Mutschke afirma que a invasão dos chilenos não foi um erro no perímetro interno do Maracanã, que é responsabilidade do COL e da Fifa, representantes do governo dizem que ficou claro que o dever de contenção era da Fifa, através da força de segurança privada, utilizada dentro dos estádios, formada pelos stewards.


Além disso, o executivo federal argumenta que chegou a oferecer – antes da Copa – que todo o esquema de segurança fosse feito por forças públicas, incluindo o Exército. Mas a entidade não aceitou por temer que a presença de militares nos estádios piorasse sua imagem diante da opinião pública e ainda reluta em adotar a ideia.


O impasse, porém, tem sido oficialmente negado. “Segurança é importante. Ao contrário do que vimos em notícias, a Fifa não está em conflito contra o governo. Estamos no mesmo barco. Não há uma luta de COL de um lado, e o governo do outro” chegou a afirmar Mutschke.


Mesmo reconhecendo problemas, a Fifa chegou a declarar que o incidente foi “constrangedor” para a entidade, Ralf Mutschke não admite a atuação ampla de policiais dentro do estádio. “Segurança privada sempre traz riscos. (Mas) não tivemos incidente dentro do estádio. Forças privadas deram resposta”.


Já representantes do governo entendem que deve ser analisada, sim, a possibilidade de o policiamento atuar de forma mais forte dentro do estádio. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estará no Rio de Janeiro, hoje, com o objetivo de avaliar essa possibilidade.


Deportados. Os chilenos detidos após a invasão do Maracanã foram liberados ontem, mas o governo deu 72 horas para que os 85 torcedores identificados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro deixem o país. Senão, serão deportados sumariamente.


A federação chilena de futebol estuda barrar os 85 detidos pela polícia brasileira nos estádios do Chile. A informação foi dada pelo presidente da instituição, Sergio Jadue, ontem, em Belo Horizonte.



Até agora, maioria dos barrados são dos EUA

Brasília.
 Os norte-americanos são os estrangeiros mais barrados pelo Brasil desde o início da Copa do Mundo, já que a Polícia Federal (PF) impediu, até ontem, a entrada de 72 pessoas no país, sendo 23 dos Estados Unidos. Já os chilenos que invadiram o Maracanã anteontem poderão turbinar o número de deportações, já que os 85 torcedores ganharam 72 horas para sair do Brasil, antes de serem obrigados a voltar ao seu país.



Estrangeiros de 19 nacionalidades diferentes aparecem entre os que não passaram pelo controle da imigração. Os nigerianos são os segundos colocados na lista dos mais barrados. Foram 16.


A maioria não entrou no país por problemas comuns de imigração, como falta de visto ou passaporte vencido. Mas, entre os norte-americanos havia um condenado por pedofilia.



A PF também prendeu, nesta semana, o traficante mexicano José Diaz-Bajaras no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para Fortaleza. Ele iria assistir ao jogo do Brasil contra o México.



Apesar do rígido controle nos aeroportos, as fronteiras com os países da América do Sul são consideradas pela PF uma porta de entrada para turistas irregulares.


Trapaça não será tolerada, diz Fifa

Após o vazamento de uma foto com uma pessoa em pé, em frente a uma cadeira de rodas, em local reservado a deficientes físicos durante Brasil e México, no Castelão, o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, declarou, ontem, que torcedores flagrados nessa situação serão retirados dos estádios durante a Copa. “Se alguém vem na cadeira de rodas, levanta e começa comemorar, eu não sei se é milagre. Mas tenho de dizer que iremos até a pessoa e nos asseguraremos de retirá-la do estádio, porque isso é trapaça”, afirmou Weil.