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NOTÍCIA

Mudanças climáticas influenciam políticas públicas de longo prazo

As alterações climáticas pelas quais o globo passa começam a influenciar políticas de longo prazo para a preservação do meio ambiente

Data: Quinta-feira, 05/06/2014 00:00
Fonte: DCI/ Angela Ferreira
Para cientistas catástrofes naturais ensinarão o respeito à natureza

Para cientistas catástrofes naturais ensinarão o respeito à natureza

 

As alterações climáticas pelas quais o globo passa começam a influenciar políticas de longo prazo para a preservação do meio ambiente. Mas, as ações práticas ainda são incipientes. "Temos que pensar no meio ambiente levando em consideração o que vai acontecer nos centros urbanos, por isso, em São Paulo, por exemplo, é importante acompanhar o que será indicado no plano diretor, que deve contemplar ações nesta seara", analisa a especialista em desenvolvimento urbano e professora da Universidade Mackenzie, Gilda Collet Bruna. "Quando os governos se esquecem de observar esses fatores, a natureza se encarrega de lembrá-los da necessidade destas ações, pois quando uma cidade fica sem área verde a consequência é termos menos chuvas, nascem menos árvores, as nossas plantações não vão adiante. O resultado é falta de água, seca. Além disso, as áreas verdes contribuem com o sequestro do carbono, sem estas áreas, o carbono fica na atmosfera e o calor da atmosfera. aumenta", diz Gilda.


Para o diretor do Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD) da Universidade de Brasília (UnB), Manoel Claúdio da Silva Júnior, se depender das grandes universidades brasileiras, alternativas para melhorar as influencias das alterações climáticas não irão faltar, mas para que estas sejam postas em prática é preciso que a sociedade se mobilize e comece a cobrar resultados dos seus governantes. "O volume de pesquisas que temos na UnB é enorme, mas a legislação ainda está muito aquém das necessidades, porque as pessoas não estão interessadas neste tema", diz. "Quem ensinará política para a sociedade será a natureza: quando tivermos uma catástrofe de grande escala, os políticos irão levar este tema mais a sério", indica o diretor. Entre as pesquisas desenvolvidas pela Unb há projetos nas área de recuperação do cerrado, reflorestamento, conservação de rios e recuperação de áreas degradadas.


A Universidade de São Paulo (Unesp) também conta com uma série de pesquisas visando a sustentabilidade. A Faculdade de Ciência e Tecnologia da Unesp em Presidente Prudente (FCT), por exemplo, desenvolveu um equipamento que permitirá monitorar a qualidade das águas e do ar em tempo real. A unidade foi contemplada com verba federal para a aquisição do SIMA (Sistema Integrado de Monitoramento Ambiental), uma tecnologia brasileira que usa sensores e transmissão via satélite de variáveis na hidrosfera. A aquisição dará a gestores e cientistas da região dados sobre poluição de corpos d'água sem a interferência de fatores sazonais ou da própria dinâmica hídrica local. "Um melhor monitoramento é crucial para o entendimento do funcionamento dos sistemas hidrológicos e análise ambiental, assim como para o planejamento de processos apropriativos da água e/ou na identificação e solução de problemas ambientais", analisa o geógrafo, professor da Unesp e coordenador do projeto, Paulo Cesar Rocha.


Para que as universidades possam contribuir na tomada de decisões de entidades públicas responsáveis pelos programas sustentáveis, Rocha acredita que seja necessário um investimento maior em sistemas de monitoramento. "Para que possamos ter maior clareza no entendimento da dinâmica superficial do planeta e dos efeitos de impactos ao longo do tempo, para podermos melhor planejarmos o futuro com as políticas de preservação a curto, médio e longo prazos", diz.