ARIPUANÃ, Quinta-feira, 18/04/2024 -

NOTÍCIA

BCE reduz taxa de juros e destaca deflação

Taxas de juros do Banco Central Europeu atingiram os limites e é pouco provável que registrem nova redução, indicou o presidente da instituição

Data: Quinta-feira, 05/06/2014 00:00
Fonte: AFP - Agence France-Presse

As taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) atingiram os limites e é pouco provável que registrem uma nova redução, indicou o presidente da instituição, Mario Draghi.


"Tecnicamente, considero que hoje atingimos os limites em termos de taxas reduzidas", disse Draghi após a reunião do comitê de política monetária que decidiu reduzir a taxa básica de 0,25% a 0,15%, recorde mínimo histórico, e transportou para o campo negativo a taxa de depósitos (-0,10%).


A taxa marginal de empréstimos caiu de 0,75% a 0,40%.


Além disso, o BCE decidiu facilitar liquidez aos bancos para estimular o crédito para empresas e particulares.


"As novas taxas de juros vão permanecer por muito tempo", advertiu Draghi.


"Talvez mais do que pensávamos", completou, mas sem descartar "ajustes técnicos" à margem.


Desde que em julho de 2013 o BCE começou a divulgar indicações sobre os passos futuros ("forward guidance"), a instituição sempre destacou que as taxas permaneceriam estáveis ou seriam reduzidas m caso de necessidade, mas Draghi descartou pela primeira vez a segunda parte da frase de seu discurso.


Mas afirmou que as taxas permanecerão no atual nível até que a economia europeia levante realmente a cabeça.


"As taxas de juros vão aumentar quando a recuperação for concretizada", disse.


Ao mesmo tempo, o BCE afirmou que não observa pressões deflacionistas na Eurozona.


"Não vemos deflação. Não vemos o típico caso de expectativas deflacionistas autocumpridas, não vemos os consumidores adiando os planos de compra", afirmou Draghi.


Mas o BCE revisou para baixo as previsões de inflação na Eurozona até 2016. A instituição prevê agora uma alta de preços de 0,7% este ano, 1,1% em 2015 e 1,4% em 2016.


Também prevê crescimento de 1% para a Eurozona em 2014, contra 1,2% na estimativa de março, mas aumentou a previsão para 2015 a 1,7% (1,5% antes).


Arne Dedert/AFP

O presidente do BCE, Mario Draghi 

O presidente do BCE, Mario Draghi: "atingimos os limites em termos de taxas reduzidas"