A capital paulista tem recorde de trânsito na manhã de hoje (5), segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 9h30, as filas de carro chegaram a 209 quilômetros (km) dos 868 km de vias monitoradas pelo órgão. Essa marca é a maior para o período da manhã neste ano e a terceira da série histórica, iniciada em 1994. O pior congestionamento é na zona sul, com 72 km de extensão. Nesta manhã, a cidade enfrenta greve dos metroviários, com interrupção parcial de três linhas, e dos agentes da CET.
De acordo com Osmar Torres, secretário-geral do sindicato dos agentes de trânsito, o Sindiviários, a greve foi aprovada ontem em assembleia e por tempo indeterminado. "Temos a adesão de 95% dos trabalhadores", apontou. Eles pedem reajuste de 12,93%, que inclui a inflação dos últimos 12 meses e um percentual de ganho real. Além disso, pedem concurso público para reposição do quadro de funcionários. "Há uma defasagem de pelo menos 50%", destacou.
O sindicato apontou que a CET ofereceu 8% de reajuste, o que foi recusado pela categoria. Torres informou que 4,5 mil pessoas trabalham no órgão, dos quais 1,8 mil são agentes. "Esse é o segmento mais defasado. E tem também o nível de estresse, que faz com que muitos adoeçam", avaliou. A companhia não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem da Agência Brasil até o momento de publicação da matéria.
Greve do metrô provoca confusão na zona leste de SP; grupo derruba grades
Fernanda Cruz – A greve dos metroviários causou confusão, no início da manhã de hoje (5), na Estação Itaquera, na zona leste, umas das mais movimentadas da capital paulista. Por volta das 7h, usuários ficaram revoltados com o fechamento de toda a estação. Além do metrô, as portas da estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que deveriam funcionar normalmente, foram fechadas por medida de segurança.
Um grupo derrubou e quebrou grades para entrar na área de embarque dos trens da CPTM. A Polícia Militar foi chamada, mas ninguém foi preso. Não houve feridos. Temendo uma confusão maior, as catracas foram liberadas às 7h40 e os trens da CPTM começaram a parar na estação.
Usuários reclamaram de não ter sido informados sobre o fechamento do embarque da CPTM, que ocorreu no início da manhã. A assessoria de imprensa da companhia informou que a medida foi para garantir a segurança dos passageiros, já que alguns teriam invadido a área do metrô. Ainda, segundo funcionários, as instalações pertencem ao metrô, embora a CPTM utilize a mesma estação.
Cristiano Chaves de Lemos, administrador de 35 anos, é usuário do metrô e precisa ir até o centro da cidade, onde trabalha. "Eu me sinto lesado todos os dias. A gente acompanha o noticiário e nada foi falado sobre o fato de os trens [da CPTM] não pararem aqui. A gente achou que teria uma alternativa. Eu só quero trabalhar", disse ele.
Os moradores da zona leste que tentaram utilizar os ônibus disponibilizados pela São Paulo Transporte SPTrans também encontraram dificuldades para enfrentar a lentidão no trânsito. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, a cidade registrou 245 quilômetros de congestionamento no início da manhã.
Abaixo, matéria anterior do 247:
247 – O motorista de São Paulo deve enfrentar novamente nesta quinta-feira trânsito fora do normal, influenciado pela paralisação do Metrô.
Duas semanas após paralisação surpresa de motoristas e de cobradores de ônibus, o caos volta a reinar na cidade com três linhas do Metrô paradas completamente. Apenas a Linha 4-Amarela e a Linha 5-Lilás estão em operação. Mais de quatro milhões de usuários do sistema podem ser penalizados, estima a Companhia do Metropolitano de São Paulo, que administra o metrô.
O Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), da São Paulo Transporte (SPTrans), foi acionado. O governo também suspendeu o rodizio de veículos.
Houve depredação na estação Itaquera do Metrô e CPTM, na Zona Leste. Cerca de 30 pessoas derrubaram os portões das duas entradas e passageiros pularam a catraca para acessar a plataforma do trem. A Polícia Militar foi chamada e, a partir das 7h40, as catracas voltaram a funcionar normalmente.