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NOTÍCIA

SP: 8º ato contra Copa tem baixa adesão e álbuns incendiados

Data: Sábado, 24/05/2014 00:00
Fonte: TERRA/ Janaina Garcia

Número de participantes foi menor até que o da Marcha das Vadias, realizado mais cedo; manifestantes receberam "parabéns" de PM e encerram ato com fogo em bandeira do Brasil e em álbuns de figurinhas da Copa

 
O ato foi encerrado com a queima de dois álbuns de figurinhas da Copa e de duas bandeiras do Brasil
Foto: Alan Morici / Terra

Se depender das manifestações de rua contra a realização do torneio, a Copa do Mundo no Brasil vai, sim, acontecer. Pelo menos em São Paulo, onde, neste sábado, o ato realizado na região central foi o menor das oito edições que aconteceram este ano. Pelos cálculos da Polícia Militar, 250 pessoas participaram do ato que começou na Praça da Sé e terminou no cruzamento das avenidas Paulista com Consolação. O número foi menor até que o da Marcha das Vadias, realizado mais cedo na Paulista e rua Augusta e que reuniu em torno de 300 pessoas.


O ato foi encerrado pouco depois das 19h com a queima de dois álbuns de figurinhas da Copa e de duas bandeiras do Brasil, além de cumprimentos de “parabéns” dados por policiais aos manifestantes, já perto da Praça do Ciclista. “Foi (uma manifestação) maravilhosa’, avaliou o comandante da operação da PM no ato, o tenente-coronel José Eduardo Bexiga.


Os manifestantes partiram às 17h10 da Sé, em caminhada, e subiram pela rua Vergueiro e avenida Liberdade. Dali, passaram pela região do Paraíso e chegaram à Paulista. Ao menos um terço dos participantes usava camisetas pretas no rosto e roupas também pretas; alguns, na linha de frente, portavam escudos improvisados.


Nos gritos de guerra, não foram poupados o governador Geraldo Alckmin (PSDB), especialmente na instituição da PM; a Fifa e a presidente Dilma Rousseff (PT). Frases usadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nos últimos protestos e até da Marcha das  Vadias, mais cedo, também na Paulista, passaram por adaptações.


Ao final, participantes do ato questionaram o comandante da operação o porquê de a PM usar um código numérico, na lapela, onde normalmente é exposto o nome e a patente do policial. Em atos passados, advogados e ativistas de direitos humanos criticaram não só o uso do código, como a ausência de qualquer tipo de identificação –o argumento é que, em caso de abuso, se inviabiliza a identificação para uma posterior denúncia do PM à Corregedoria.


“Há policiais que já foram ameaçados, hostilizados, que tiveram sua página no Facebook devassada. Os policiais também são cidadãos”, alegou o tenente-coronel para justificar o uso de números e letras. “Se você olhar a placa de um carro, são sete números e letras, ao todo. Se você é atropelado por um carro, você anota a placa (e identifica o atropelador)”, comparou o PM.


No encerramento do ato, na leitura de uma espécie de manifesto do ato contra a Copa, os manifestantes prometeram “avançar sempre, recuar jamais”. Em seguida, repetiram o bordão “Não vai ter Copa” e, após a queima das bandeiras e dos álbuns de figurinhas, se dispersaram.


O próximo ato está marcado para o sábado que vem, dia 31 –12 dias antes da abertura do Mundial, em São Paulo, com o jogo entre Brasil e Croácia na Arena Corinthians, em Itaquera (zona leste).