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NOTÍCIA

Conab reduz volume de MT

Pelo segundo mês consecutivo, Companhia promoveu ajustes negativos sobre as estimativas do Estado

Data: Sexta-feira, 09/05/2014 00:00
Fonte: MARIANNA PERES Da Editoria

Pelo segundo mês consecutivo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), promoveu correções negativas sobre as estimativas da produção de grãos e fibras da safra 2013/14, em Mato Grosso. Conforme novo levantamento divulgado ontem, o Estado que teve projeção de colher 46,42 milhões toneladas em março, agora deverá ofertar pouco mais de 45,89 milhões, volume sensivelmente inferior ao ciclo passado, quando a colheita somou 45,90 milhões.


O ajuste negativo reflete a queda na produção do milho segunda safra, que de vedete em 2012 e 2013, passa a exibir uma produção quase 19% menor que a anterior. Apesar de um volume total inferior que no ano passado, soja e algodão asseguram o topo nacional da oferta neste ciclo ao Estado, que sozinho, será responsável por um quarto da produção nacional. Para se ter uma ideia do impacto que a produção menor de milho promove no resultado local, na safra passada o Estado ofertou 30% do que o Brasil produziu.


Sai o milho e entra o algodão. A pluma é o destaque deste ano-safra no Estado. É a commodity com melhor performance. Como aponta o levantamento da Conab, Mato Grosso, além de líder nacional no processo produtivo brasileiro do algodão, ampliou sua participação que passou de cerca de 50% no ano passado para 56% atualmente. A área plantada nesta safra foi ampliada em 30% passando para 617,9 mil hectares, ante os 475,3 mil hectares cultivados na safra anterior. A previsão para a produção da fibra é de 925 mil toneladas, 26,5% acima da produção anterior em 731,3 mil. “Nesse Estado, nota-se de forma acentuada, a preferência, por parte dos cotonicultores do plantio do algodão segunda safra, fugindo das chuvas ocorridas no período de colheita do algodão primeira safra. O algodão encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (49%), floração (39,5%) e frutificação (11,5%)”, diz trecho do levantamento.


Outra cultura em redenção nesta safra no Estado é o arroz. Depois de chegar a menor área de cultivo em quase 30 anos, no ano passado, a rizicultura se recupera e segue como a terceira maior do Brasil. Nesta safra a área cultivada passou de 166,3 mil hectares para 200,7 mil, incremento espacial de 20,7%. A produção deve atingir 703 mil toneladas, 33,3% maior que a oferta passada em 528 mil toneladas.


Com números consolidados, a soja, cultura de maior destaque e importância econômica no Estado, fechou o com novo recorde na história. Neste novo levantamento, a produção foi revisada de 23,53 milhões t no ano passado para atuais 26,63 milhões t, volume que se atingido será 13,2% superior ao recorde da safra 2012/13.


A PERDA – O levantamento da Conab aponta para uma redução de quase 19% na produção de milho segunda safra, em Mato Grosso, perda que significa o dobro do que a área encolheu (9,1%). No intervalo de um mês, a Companhia ajustou para baixo as estimativas de área e produção. Em abril, a projeção foi de 3,15 milhões de hectares semeados e colheita de 16,09 milhões de toneladas. Agora em maio, a superfície se confirmou em 3,04 milhões de hectares e a produção em 15,70 milhões de toneladas. Ano passado foram 3,34 milhões de hectares e oferta de 19,35 milhões de toneladas.


Como explicam produtores e analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado veio de duas super safras de milho safrinha e isso mexeu com a disposição do mercado. No segundo semestre do ano passado, quando se toma a decisão do que plantar no novo período, o milho não tinha mercado para vendas futuras, não sinalizava bons preços e essa falta de cenário, aliada a boas indicações ao algodão, levaram – que podia – os produtores a optar pela pluma em detrimento do cereal. Há duas safrinha seguidas, a movimentação vista era exatamente o contrário.


Conforme o Imea, as lavouras de milho, em Mato Grosso, apresentaram 25,5% da área destinada à cultura na segunda safra da temporada 13/14 semeada fora da janela ideal, e é exatamente o milho cultivado nesta área que mais preocupa os produtores no momento. Na maioria das regiões ainda é necessária a ocorrência de chuvas para garantir o bom desenvolvimento e, consequentemente, a boa produtividade da cultura.


Estima-se que 97,7% do cereal esteja ainda em fase de pendoamento, 16% em enchimento de grão e 3,8% em maturação, sendo a fase entre o pendoamento e a maturação que o milho mais precisa de água, de 5 a 7,5 milímetros (mm) diários, podendo chegar até a 10 mm/dia de acordo com a temperatura e a umidade do ar. Entretanto, segundo as previsões da Somar Meteorologia, para todo o mês de maio é esperada precipitação de, em média, 11,44 milímetros por município de Mato Grosso, volume bem abaixo da necessidade hídrica da planta, mesmo que o solo ainda se encontre com boa umidade atualmente.