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NOTÍCIA

Negado pedido de liberdade para o pai de garoto morto no RS

Juiz alegou que a revogação da prisão temporária neste momento seria medida temerária e prejudicial às investigações sobre a morte de Bernardo

Data: Sábado, 03/05/2014 00:00
Fonte: FOLHAPRESS
O corpo de Bernardo foi achado no último dia 14 de abril. Ele estava enterrado numa cova rasa, em uma cidade próxima a Porto Alegre
 
 

A Justiça do Rio Grande do Sul negou ontem o pedido de revogação da prisão temporária de Leandro Boldrini, suspeito de envolvimento na morte do filho Bernardo, 11, no interior do Estado. Na decisão, o juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial de Três Passos, alegou que a revogação da prisão temporária neste momento “seria medida temerária e prejudicial” às investigações.


A solicitação da liberdade para Boldrini ocorreu após a enfermeira Graciele Ugolini, madrasta do garoto, excluir em depoimento na quarta-feira a participação do marido no crime. Segundo relato da madrasta à Polícia Civil, a morte ocorreu de forma “acidental”. Ela declarou ter ministrado medicamentos para acalmar o garoto, que estava “agitado”. Em seguida, viu que ele não apresentava reações.


Para o juiz, o depoimento da madrasta é insuficiente para que a prisão seja revogada: “Não é de estranhar que ela (Graciele) negue a participação do investigado Leandro no fato, em nítida tentativa, ao que parece, de proteger seu convivente e pai de sua filha”, escreveu Agostini, na decisão. O advogado Jader Marques, responsável pela defesa do pai de Bernardo, nega que ele tenha participação no crime. Segundo Marques, Boldrini precisou de atendimento médico em dias recentes. Ele também teria sofrido ameaças de morte no presídio. O advogado acrescentou que iria pedir ontem a retirada do segredo de Justiça do processo no que se refere às informações sobre o pai do garoto.

 

Cova rasa

O corpo de Bernardo foi achado no dia 14 de abril numa cova rasa em um matagal no município de Frederico Westphalen, a 447 quilômetros de Porto Alegre e a 80 km de Três Passos, cidade onde o garoto morava. 

 

Além do pai do garoto, foram presos no mesmo dia a madrasta, Graciele Ugolini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, amiga do casal. A assistente social indicou onde estava o corpo do menino, que estava desaparecido desde o dia 4 anterior. No mesmo dia, ele tinha saído com a madrasta de Três Passos até Frederico Westphalen.


De acordo com Demetryus Grapiglia, advogado da assistente social, Edelvânia nega participação no crime, mas admite ter ajudado a ocultar o corpo. Uma das suspeitas em investigação é que o garoto tenha morrido pela aplicação de uma injeção letal. Já a defesa de Edelvânia também defende que a morte não foi planejada e ocorreu por uma superdosagem de remédios. (da Folhapress)