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Tribunal sentencia líder da Irmandade Muçulmana e outros 682 à morte no Egito

Sentença será submetida à principal autoridade religiosa do país, mas sua opinião não precisa ser obrigatoriamente seguida

Data: Terça-feira, 29/04/2014 00:00
Fonte: Por iG São Paulo

 

 

Um tribunal egípcio impôs a pena de morte ao líder máximo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e a 682 de seus partidários, numa decisão que deve enfurecer os ativistas do grupo, alvo de intensa repressão por parte do governo instalado pelos militares.



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A sentença ainda será submetida ao mufti, principal autoridade religiosa do Egito, mas sua opinião não precisa ser obrigatoriamente seguida.



Num outro caso, o tribunal impôs em caráter definitivo a pena de morte a 37 ativistas como parte do julgamento final de 529 simpatizantes da Irmandade sentenciados preliminarmente no mês passado. Os demais réus deverão cumprir pena de prisão perpétua, segundo fontes judiciais.



Os julgamentos coletivos no mais populoso país árabe reforçam temores de grupos de direitos humanos de que o governo pró-militar e juízes anti-islâmicos estejam se excedendo em seus esforços para esmagar a dissidência.



A Irmandade se diz comprometida com o ativismo pacífico, mas alguns de seus membros temem que a repressão das forças de segurança e dos tribunais estimule alguns jovens militantes a recorrer à violência.



"As decisões são possivelmente as maiores sentenças de morte possíveis na história recente do mundo. Embora sejam excepcionais em escala, certamente não são excepcionais em seu gênero", disse Sarah Leah Whitson, diretora-executiva da Human Rights Watch para o Oriente Médio e Norte da África.



"Parece que essas sentenças estão direcionadas a impor o medo e o terror nos corações daqueles que se opõem ao governo provisório", acrescentou. Cabe recurso a todas as sentenças, e muitos dos réus estão foragidos.



Assim que a decisão sobre as penas capitais foi anunciada, parentes dos réus gritaram e choraram em frente ao tribunal, na cidade de Minya (sul).



O principal alvo da indignação era o marechal Abdel Fattah al-Sissi, homem-forte do país desde o golpe que depôs o presidente islâmico Mohammed Morsi e candidato favorito à presidência nas eleições de maio. "Sissi está governando como um rei. Que Deus o puna pelo que ele fez", gritavam algumas pessoas