Apesar da mediação do Vaticano e do apelo do papa Francisco pelo diálogo na Venezuela, manifestantes antigoverno e policiais voltaram a se enfrentar neste domingo em Chacao, localidade próxima de Caracas. Na capital, os protestos também terminaram em confusão.
A marcha pela “ressurreição" da democracia venezuelana terminou em violência. Em Caracas, uma marcha convocada pelo Partido Vontade Popular, o mais radical na oposição ao governo de Nicolás Maduro, contou com a participação da ex-deputada Maria Corina Machado e do prefeito da capital, Antonio Ledezma.
Os manifestantes queimaram bonecos e cartazes com imagens do presidente e de funcionários do governo, encenando o ritual da malhação de Judas, que tradicionalmente acontece no sábado de Aleluia.
Em Chacao, manifestantes encapuzados lançaram pedras e bombas de coquetel molotov contra as tropas de choque, que responderam com gás lacrimogênio e jatos d'água. O tumulto começou quando policiais resolveram agir para liberar a principal avenida de Chacao, que tinha sido bloqueada pelos manifestantes com barras de cimento, placas de alumínio e até partes de um abrigo de ônibus. Oito pessoas ficaram feridas.
No sábado, o governo de Nicolás Maduro completou um ano em meio às tensões no país marcadas com protestos violentos desde 4 de fevereiro. Nesse período, 41 pessoas morerram, mais de 600 ficaram feridas e uma centena foi presa. Inicialmente, uma manifestação foi convocada por estudantes em San Cristobal contra a insegurança na Venezuela. Mas o descontentamento com a política econômica de Maduro rapidamente se transformou em alvo dos protestos. A taxa de inflação no país está estimada 57,3%