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NOTÍCIA

Energia das residências mineiras fica, em média, 14,76% mais cara

Data: Terça-feira, 08/04/2014 00:00
Fonte: Correio de Uberlândia/ Daniela Nogueira Repórter

Conta de luz da merendeira Ellen White Paiva da Silva deve passar dos cerca de R$ 200 por mês para quase R$ 230 mensais (Foto: Raphael Oliveira)


A conta de energia elétrica das residências mineiras vai ficar 14,24% mais cara a partir desta terça-feira (8). O reajuste tarifário da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Considerando todas as classes de consumo, o aumento médio foi de 14,76%. O reajuste autorizado ficou abaixo do que o solicitado pela Cemig, que foi de 29,74%, mas é mais que o dobro da inflação do ano passado (5,91%) e ficou 11,25 pontos percentuais acima do último acréscimo, que foi de 2,99%.


Segundo divulgação da Aneel, para o reajuste da tarifa são considerados os custos relacionados à compra de energia elétrica para atendimento do mercado da distribuidora, ao valor da transmissão dessa energia e aos encargos setoriais. “O cálculo se dá de acordo com fórmula prevista no contrato de concessão. No caso da Cemig, os principais fatores que influenciaram o reajuste foram a maior participação da ‘energia nova’ e a ‘energia velha’ (gerada por usinas mais antigas, com parte de seus ativos já amortizados) mais cara do que previsto”, informou a publicação da agência reguladora.


O crescimento do valor pago pelos consumidores residenciais vai pesar no bolso da merendeira Ellen White Paiva da Silva, de 49 anos, por exemplo. Na casa com duas pessoas, ela paga cerca de R$ 200 por mês e, com o reajuste, a conta vai passar para R$ 230. “É um absurdo. A energia já é cara e com esse aumento vai ficar pior. É uma diferença que eu poderia aproveitar para comprar remédio ou pagar outra coisa da casa. Esse reajuste na conta vai pesar para gente”, disse Ellen da Silva.


Empresário considera reajuste alto

Os consumidores de baixa tensão, com consumo abaixo de 2,3 quilovolts, como pequenos comércios, terão reajuste médio de 15,78. Já os clientes de alta tensão, que consomem de 2,3 a 230 quilovolts, como indústrias, terão aumento médio de 12,41%. O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Fábio Pergher, considerou o reajuste muito elevado.


“É um absurdo um aumento desse em uma época de instabilidade econômica. É uma bomba para o empresariado, principalmente para indústrias que necessitam essencialmente da energia elétrica. Esse reajuste pode inviabilizar negócios para as indústrias que trabalham com vidros e metais, por exemplo”, afirmou Pergher.



Aciub protesta e diz que alta na tarifa poderá “inviabilizar negócios”

O reajuste da tarifa da energia elétrica em Minas Gerais foi discutido ontem na reunião da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub). “Nós precisamos fazer alguma coisa. É um absurdo um aumento desse tamanho. Isso inviabiliza os negócios”, afirmou o vice-presidente da Aciub, Fábio Pergher. De acordo com ele, a diretoria iria discutir providências cabíveis contra o reajuste. Até o fechamento desta edição, nenhuma decisão havia sido tomada.


Em janeiro de 2013, o governo federal anunciou uma redução média de 20% da tarifa de energia elétrica. Para as indústrias, essa diminuição chegou a 32%. Mas em abril do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o reajuste médio de 2,99%. Na época, os empresários da Aciub queriam recorrer à justiça para evitar o acréscimo tarifário. Segundo Pergher, os empresários acabaram desistindo da ação judicial.