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NOTÍCIA

Prisão de vereador em Cuiabá pode levar a expulsão dos quadros da OAB

Ordem deve apurar se vereador João Emanuel teve conduta inidônea. Ele foi preso nesta quarta por um suposto esquema de grilagem de terras.

Data: Quarta-feira, 26/03/2014 00:00
Fonte: Renê Dióz Do G1 MT

Preso na manhã desta quarta-feira (26) por suposto envolvimento em uma quadrilha de grilagem de terras, o vereador e ex-presidente da Câmara de Cuiabá João Emanuel (PSD) pode ser alvo de um processo disciplinar que termine por excluí-lo dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A afirmação é do presidente da Ordem em Mato Grosso, Maurício Aude.


João Emanuel foi preso pela Polícia Civil em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido após investigação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público (MP), sobre sua suposta atuação como líder de uma quadrilha de grilagem, apuração iniciada na operação 'Aprendiz'.


Ex-presidente da Câmara, o parlamentar foi levado para o anexo da Penitenciária Central do Estado, na capital, instalações que recebem presos que detêm ensino superior. Para tanto, ele apresentou a carteira de advogado emitida pela OAB.


Inidoneidade
Segundo o presidente da entidade, a seccional de Mato Grosso vai requerer acesso ao decreto de prisão preventiva de João Emanuel e às demais provas colhidas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público (MP), para averiguar se, de fato, pode ser registrado um incidente de inidoneidade contra o parlamentar.

 

Caso isto se confirme, logo o Tribunal de Ética da OAB poderá instaurar processo disciplinar contra João Emanuel. Dentre as punições previstas, está a exclusão dos quadros de advogados da Ordem. Aude fez questão de destacar que a idoneidade é requisito primordial para o advogado.


Ainda na manhã desta quarta-feira, a defesa de João Emanuel criticou a atuação do MP, afirmando que o Gaeco buscou atingir a imagem do parlamentar para influenciar a opinião pública de antemão e assim agilizar o trâmite processual contra ele. A declaração foi do advogado Eduardo Mahon, que também anunciou que impetraria na Justiça um pedido de Habeas Corpus em favor do parlamentar.


Até a noite desta quarta-feira, entretanto, não havia resultado divulgado quanto a este pedido. A reportagem tentou conversar novamente com Mahon, mas ele não atendeu aos telefonemas.