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NOTÍCIA

Preso por esquema de fraudes, João Emanuel vai dividir cela com Pedro Henry

Advogado diz não entender motivos da prisão do seu cliente: ataque de imagem.

Data: Quarta-feira, 26/03/2014 00:00
Fonte: Redação 24 Horas News

 

Caso não consiga o relaxamento da prisão temporária determinada pela Justiça a pedido do Ministério Público Estadual, o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) passará a noite – ou até que seja libertado – em uma cela especial de custódia na Delegacia de Policia do Interior (Polinter). Ele vai dividir a cela com o ex-deputado federal Pedro Henry, que cumpre pena de 7 anos e 2 meses por envolvimento no esquema do mensalão. João Emanuel foi levado para Polinter assim que cumprida a ordem judicial.

 

De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, a cela que será dividida entre João Emanuel e Pedro Henry mede 3 por 2 metros e é uma das maiores da unidade. Nela há uma beliche com colchões e aparelho de televisão. O vereador deve ocupar a de cima. Há também uma geladeira, que é usada pelos demais presos. Na custódia estão 18 presos que cumprem pena em regime semi-aberto e fechado.

 

O vereador chegou a unidade vestido um paletó, traje típico para uso no Legislativo. Estava sem gravata. Ele foi levado até a sala de identificação, onde colocou suas impressões digitais. Em seguida, foi levado para a área reservada aos reeducandos. Mais tarde, recebeu roupas leves e almoçou normalmente.

 

O advogado Eduardo Mahon disse não entender os motivos que levaram a Justiça a decretar a prisão do seu cliente. Disse que o vereador vem sofrendo um forte ataque de imagem. “Não justifica” – disse.

 

Em sua decisão, a juiza Selma Rozane Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado de Cuiabá, descreveu que a denuncia contra João Emanuel é considerada "fática e inequívoca". Segundo ela, os contatos mantidos entre os membros da organização criminosa, a liderança exercida pelo acusado João Emanuel Moreira Lima e a diversidade de ações delituosas praticadas 'estão registrados nos autos".

 

Antes da decretação da prisão, Mahon vinha trabalhando para anular uma das provas consideradas robustas contra João Emanuel, que é a gravação em que é flagrado admitindo esquema de licitação para pagamento de R$ 1,4 milhão para uma empresa de serviços gráficos. Mahon disse ter descoberto uma outra gravação a dona do terreno alvo de fraude e o filho dela aparecem planejando gravar o vereador.

 

Além de João Emanuel outras três pessoas também tiveram os mandados de prisão expedidos pela Justiça, a pedido do MPE. Um dos presos é Amarildo dos Santos que segundo o Gaeco, participava da organização criminosa chefiada pelo ex-presidente da Câmara. Amarildo foi preso em um posto de gasolina da Capital. Amarildo seria uma espécie de ‘braço direito’ do vereador. Ele também foi encaminhado para a Delegacia de Policia do Interior (Polinter). Outros dois que tiveram prisão decretada foram Marcelo Ribeiro e André Luiz Guerra Santos.

 

Após negociar sua renuncia como presidente da Câmara, João Emanuel corre o risco de ter seu mandato cassado por falta de decoro parlamentar. O caso está sendo analisado pela Comissão de Ética do Legisaltiva. João Emanuel já entregou sua defesa. Ele já vem estudando todo o caso com a assessoria jurídica da Câmara e terá cinco sessões para dar seu parecer, que será em seguida estudado pelos membros da comissão. Só depois disso, caso a Comissão de Ética decida pela cassação, o caso irá a votação.