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NOTÍCIA

Petrobras comemora emissão de bônus

Mas dívida da empresa continua aumentando

Data: Terça-feira, 11/03/2014 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

A emissão de bônus feita pela Petrobras na segunda-feira (10) num total de US$ 8,5 bilhões deve sercomemorado pela empresa e pelos acionistas. A captação, no entanto, tem um outro lado que não reflete alegria, mas sim preocupação. “Esse resultado significa que a Petrobras ainda tem credibilidade no mercado e os investidores apostam que a empresa honrará esses títulos ao final do prazo de resgate. Mas isso significa também aumento de dívida e a Petrobras já tem uma dívida enorme”, afirma o estrategista da Gradual Investimentos, Flávio Conde.


Segundo Flavio Conde, a relação dívida líquida e geração de caixa hoje da Petrobras é de 3,3 vezes o que está acima do recomendável que é de não ultrapassar a 2,5 vezes. O sucesso da emissão, afirma o estrategista, tem seu lado positivo, mas para o mercado a empresa continua aumentando sua dívida e a geração de caixa não acompanha.


A reação do mercado foi justamente a de não se empolgar com a operação internacional da Petrobras. Por volta das 15h desta segunda-feira as ações preferenciais da empresa na Bovespa caíam -2,85% e por volta de 16h30 estavam em que da de -2,70% o que reflete o pouco ânimo dos investidores que a megaoperação da emissão de bônus.


De acordo com o plano de investimento da Petrobras para os próximos cinco anos, ressalta Conde, está previsto aporte anual de cerca R$ 103 bilhões. Com a captação desta terça-feira, a empresa cobriu quase que metade de sua necessidade de recursos para fazer frente aos investimentos deste ano que está por volta de R$ 43 bilhões, levando-se em conta que sua geração de caixa em torno de R$ 60 bilhões. “Acredito que essa diferença que está faltando agora poderá ser coberta com alguma venda de ativo ou algum programa de redução de custos, mas o problema do aumento da dívida ainda permanece, destaca Conde.


Para o estrategista da Gradual, a solução para o caixa da Petrobras seria a fórmula que todo o mercado vem prescrevendo há alguns meses que seria o reajuste de preços da gasolina e do diesel. Conde afirma que essa correção deveria ser em torno de 4% a 5% e com isso a empresa poderia ter um reforço de caixa entre R$ 5 a R$ 10 bilhões. “Esse reajuste teria um reflexo sobre a inflação que o governo quer evitar. A expectativa é de que esse reajuste só ocorra após as eleições”, afirmou Conde.