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NOTÍCIA

Cheia dos rios ‘acende’ sinal de alerta para produtores no interior

Data: Quarta-feira, 12/02/2014 00:00
Fonte: por Juliana Geraldo - Jornal EM TEMPO

O efeito da cheia dos rios chegou mais cedo neste ano para produtores rurais de municípios do interior do Amazonas.


Com a antecipação de pelo menos 15 dias no processo de subida do nível da água, dez municípios da calha dos rios Madeira e Purus estão em estado de alerta para o risco de enchente que pode afetar a produção de culturas de várzea, como banana, mandioca, melancia, juta e malva.

 

De acordo com o subcomando de Ações de Defesa Civil do Amazonas (Subcomadec), que nesta semana emitiu um boletim de alerta de enchente, foram identificados riscos de inundação em sete municípios: Humaitá, Manicoré, Novo Aripuana, Itacoatiara, Borba, Nova Olinda do Norte e Autazes. Outras três localidades (Boca do Acre, Guajará e Ipixuna) já foram afetados pelas inundações.

 

Conforme o boletim, uma chuva volumosa ocorrida no último fim de semana deve colaborar para que os rios Madeira e Purus se elevem nos próximos dias.

 

O rio Madeira, por exemplo, já apresenta processo de cheia acima do normal, atingindo 15,2 metros no último dia 23 de janeiro. Segundo a Defesa Civil de Rondônia, a cota de alerta de 14 metros costuma ser verificada apenas no final de fevereiro.

 

Segundo o titular da Subcomadec, tenente-coronel Roberto Rocha, este ano, a cheia está ocorrendo mais cedo e pode afetar vários municípios do Amazonas. “O principal município afetado deverá ser Humaitá, na calha do rio Madeira. Essa localidade pode inclusive registrar a maior cheia já registrada para o município”, afirmou.

 

Com a cheia antecipada nesses rios, o presidente da Federação de Agricultura e pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, avaliou que já existem produtores rurais sendo afetados, em especial nos municípios de Boca do Acre e Ipixuna, na calha do rio Purus e Humaitá, município banhado pelo rio Madeira.

 

“O comprometimento da produção ainda é pequeno, mas leva os produtores do Estado a ficarem atentos a culturas como banana, mandioca, hortaliças e frutas, uma vez que os rios Madeira e Purus são os primeiros a subir”, comentou.

 

De acordo com Lourenço não há expectativa que a cheia desse ano bata recorde ou afete a produção da mesma forma como foi verificada em 2012, quando 55 mil produtores de 58 municípios do Estado registraram prejuízos em suas plantações ou em atividades agropecuárias.

 

“De qualquer forma, este é um assunto que exige um acompanhamento especial, evitando a perda de safras ou rebanhos para produtor rural do Amazonas”, acrescentou o presidente da Faea.