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NOTÍCIA

'É muito triste ver as notícias se multiplicando', diz Cauã de separação

Ator fala da experiência em ‘Amores Roubados’ e comenta as notícias que saíram sobre sua separação de Grazi Massafera.

Data: Segunda-feira, 20/01/2014 00:00
Fonte: G1.globo.com/fantastico

Um assunto que dominou a atenção dos brasileiros esta semana foi o final da minissérie Amores Roubados. E se um dos temas deste folhetim era um o desejo, uma dupla de atores deixou todo mundo sem fôlego. Renata Vasconcellos conversou com Dira Paes e Cauã Reymond sobre a experiência de viver cenas quentes na TV.  Eles falam sobre carreira, família, idade e sucesso.


Renata: Cauã Reymond, ator de 33 anos, do signo de touro, pai da Sofia. Cauã, o que que te move?
Cauã: Desejo


Renata: Dira Paes, atriz, 44 anos, 30 de carreira, atriz, mãe do Inácio, de 5 anos. Roubou a cena  em "Amores Roubados", protagonizando a Celeste. O que que te desconcerta?
Dira-  Violência do Rio de janeiro.
Cauã: Falta de caráter.


Renata: Uma qualidade?
Dira - Sinceridade.
Cauã: Determinação.


Renata: Um defeito.
Cauã: Determinação.
Dira - Impaciência.


Renata: Um medo?
Cauã: Envelhecer sozinho.
Dira: De centopeia.


Renata- Um lema?
Dira - Não faça com o outro o que você não gostaria que fizesse com você.
Cauã - Só os fortes vencerão, os fracos morrerão nas trevas da sarjeta.


O trabalho trouxe sucesso e bons personagens para Cauã, como o Leandro de Amores Roubados, um especialista em vinhos e em sedução. É ele que conquista o coração de Isabel, interpretada por Patrícia Pillar, de Antônia, vivida por Isis Valverde, e de Celeste, Dira Paes.


Cauã: Umas das coisas que me chamou atenção do Leandro, foi o fato de que ele seduz de forma diferente cada uma delas, de sacar o que cada mulher tem. Eu acho que eu estabeleci uma química diferente com cada uma delas.


Renata: Por exemplo?
Cauã: No caso da Isabel, da Patrícia, é, ele foi através de poemas, ele tentou chegar no coração dela, antes de chegar na pele. E com a Antônia, que é a Isis, eu acho que era um cara que foi criado com prostitutas e tava acostumado a seduzir mulheres mais velhas, é, e aí de repente ele se depara com uma menina da faixa etária dele e aí ele se apaixona. Acho que com a Dira tinha uma coisa muito clara de que a gente tinha uma coisa sensual, uma coisa de pele, uma coisa quente. Ela é um fenômeno da sensualidade do cinema brasileiro, e agora da televisão brasileira.


Dira: Como a Celeste tá ali babando por aquele homem, aquele deus grego que está na frente dela, a Dira de certa forma se deixou levar pelo encontro artístico que eu tive com o Cauã. Tem um encontro de dois atores que fizeram um balé natural de uma cena muito caliente.
Renata: Põe caliente nisso!
Dira- Ele me deu um tapa que eu não esperava.
Renata - Você não esperava?
Dira - Eu não esperava. Eu falei 'ai, danado!'. Se vocês lembrarem da cena, na hora do tapa eu dei uma abaixada de cabeça como quem diz 'o que é que vem agora?' Eu comecei a falar da cena, já veio um calor.


Dira sabe brincar com a sensualidade de um personagem. A Norminha de Caminho das Índias tirava o sossego dos homens. Aos 44 anos, e em excelente forma, a atriz encarou as cenas de nudez com tranquilidade.


Dira - O Cauã ele é muito generoso. Então eu falei pra ele: "olha, quando você for me pegar na cintura, pega um pouco mais embaixo, que é onde a mulher tem uma cinturinha, que a mulher não gosta de mostrar". Então parece brincadeira, mas isso já quebra um gelo, já deixa à vontade.


Renata - Você faz ginástica?
Dira - Faço. Tento fazer ginástica pelo menos três vezes por semana.


Renata: Você já disse que mulher não tem prazo de validade. O que determina a longevidade desse brilho no olhar, dessa vontade de viver, desse desejo de estar bem, de estar bonita?


Dira: Dá pra perceber o que deixa a gente mais feliz, mais tranquila, mais bonita. Por exemplo, água gelada, um banho de água gelada, eu sei que me deixa melhor que água quente. É fato.
O que eu acho maravilhoso é que justamente por eu não ser uma jovem e esse momento que a beleza juvenil é tão exaltada e faz com que as mulheres fiquem desesperadas pra manter um corpo de 20 anos atrás. Eu acho que ser elogiada nesse momento da minha vida é revigorar, é revigorante, na verdade, no caso. Não só pra mim, como pra todas as outras mulheres. Mas os meus pés ficam no chão e eu não consigo deixar a vaidade subir à cabeça, porque outros personagens virão e eu tenho que estar bem despida de celeste para deixar outros personagens tomarem conta de mim


Ainda muito jovem, Cauã garantiu o lugar de galã.


Renata: Em que momento da sua carreira você superou o fato de ser um homem bonito? Em algum momento isso te atrapalhou?
Cauã: No início da carreira isso abre muitas portas, mas depois de um tempo tem alguns profissionais com quem você quer trabalhar, que de certa forma isso pode te impossibilitar deles te enxergarem em certos personagens. Mas eu acho que é um degrau que você vai subindo, vai galgando, vai crescendo na profissão, vai cada vez chamando mais atenção de algumas pessoas e é um trabalho continuo que não acaba nunca. A gente é tipo um vinho, o ator, vai melhorando com o tempo.


Renata: Você sofre pra fazer determinados papéis?
Cauã: Sofri muito em Passione, a novela que era do Silvio de Abreu, que eu fazia um dependente químico. Eu estou lançando o Alemão, agora em março, que é um filme que fala sobre a invasão do Complexo do Alemão e eu fiz o chefe do tráfico e eu me lembro que quando eu chegava em casa, o encontro com a minha filha me tirava do personagem, porque não tem como não dar atenção pra aquela coisinha linda andando na sua frente 'papai, vem aqui, aí entra na casinha', aí você vai e entra na casinha...


Renata: Você tem vontade de ter mais filhos?
Cauã: Com certeza, claro!
Renata: Quantos?
Cauã: Com certeza mais uns dois, três. Eu tinha uma visão mais machista da coisa do pai e da mãe, de que o pai faz isso e a mãe faz aquilo. Eu sempre me incomodava com o termo "pãe". 'Não sou pãe'! Mas cara, sou super pãe, bicho! Eu faço tudo, eu curto tudo, poxa, é muito especial.


Dira é mãe de Inácio, de cinco anos, que teve até um papel na última cena da minissérie, como o filho do personagem de Cauã.


Dira: Acho que a maternidade me fez muito bem. E eu acho que nos últimos cinco anos eu tenho absorvido todas essas coisas maravilhosas que é uma criança dentro de casa.



Renata: O que era pra você determinante na sua formação, na sua educação em casa para você ser o que você é hoje como profissional também?


Cauã: Foi muito importante o contato que eu tive com o meu avô, que sempre serviu como um grande exemplo, que me apoiou. Meu avô se formou na primeira turma de economia do Brasil, veio da Paraíba, com 17 anos, então ele era um exemplo assim. Dediquei esse trabalho para o meu avô e queria que ele tivesse vendo isso.


Renata: Qual foi o momento mais desafiador para você na minissérie?
Dira: Eu confesso que as cenas com o Osmar Prado, no momento que ele descobre que ela está traindo foi muito forte. O Osmar tem uma voz e desde que aquela voz mudou para uma voz afetual. Quando aquela voz virou uma coisa: ‘Celeste’, eu tremia de medo do Osmar.


Renata: Em Amores Roubados, qual foi seu maior desafio?
Cauã- Nesse caso, a gente queria fazer uma coisa muito próxima do sotaque pernambucano mesmo. Tem uma sexualidade, na minha opinião, no sotaque e isso foi fundamental pra compor o Leandro.


Renata: Você falou então do desafio dramático, teve o desafio pessoal, você ficou 98 dias longe de casa, longe da sua filha.
Cauã: Eu voltei! Vamos deixar uma coisa clara, eu voltei várias vezes, a produção proporcionou. Não foram tantas às vezes quanto eu gostaria mas eu tive, eu pude ficar uns finais de semana.
Renata: Com a filha pequena. Você se separou recentemente...
Cauã: Foi doído.
Renata: Nesses momentos difíceis, o turbilhão do trabalho ajuda ou atrapalha?
Cauã: O trabalho me acalma. Até pra poder tomar boas decisões e seguir a vida aos pouquinhos.
 


Renata: Você já considera superada a fase da sua separação?
Cauã: Eu prefiro tratar isso com delicadeza e não discutir isso em público. Nosso trabalho é pro público mas a gente tem o direito de ter o nosso privado. Porque com a internet, é muito triste ver as notícias se multiplicando de forma que as pessoas nunca checam a fonte. Existe uma novela que se cria, uma novela rica, e vou te falar às vezes bota João Emanuel, Silvio de Abreu, Gilberto Braga, todos no chinelo....


Renata: Em Amores Roubados, se mexe numa questão que é muito importante em qualquer relacionamento que é o desejo. De que forma especialmente tocou, na sua opinião nas mulheres?
Dira: O desejo se apresenta de várias formas e no caso da Celeste era o desejo consumado. Ela queria aquela pessoa como se fosse um prêmio e ela se apaixona. O desejo, ele tem essas armadilhas, porque você acha que pode estar no controle de tudo porque é só um desejo.  O problema não é só ter o desejo, é que você pode gostar daquilo e te escravizar. Então, as mulheres que assistiram Amores Roubados, tem que perceber aonde elas se encaixam.