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NOTÍCIA

Pontes correm o risco de desabar em trecho da Rodovia Transpantaneira

Motoristas e empresários reclamam da falta de manutenção das pontes. Em alguns trechos há desvios, que devem ficar alagados durante a cheia.

Data: Quarta-feira, 15/01/2014 00:00
Fonte: G1/MT

A Rodovia Transpantaneira, que liga a cidade de Poconé a Porto Jofre cortando o Pantanal mato-grossense, tem 120 pontes e muitas delas correm o risco de cair. A maioria das pontes é de madeira e está sem manutenção e em condições precárias. Em alguns trechos os motoristas usam desvios para seguir viagem, mas essa alternativa deve acabar porque em breve, com o período da chuva se intensificando, tudo deve estar alagado. A preocupação de motoristas e empresários donos de pousadas na região é em recuperar a via a tempo de receber os turistas durante o período da Copa do Mundo.


A Secretaria de Transporte e Pavimentação de Mato Grosso informou, por meio de nota, que a recuperação das pontes foi licitada e aguarda a liberação de recursos para as obras começarem. A data para o início da reforma das pontes não foi informada.


A Transpantaneira tem 147 quilômetros de extensão e os motoristas devem ficar atentos a cada instante para não correr o risco de sofrer um acidente. Em algumas pontes há cones alertando as pessoas para que sigam por um desvio lateral. Isto acontece porque vigas e pranchas de pontes de madeira, que não resistem ao ciclo de água e seca, muito comum no Pantanal, acabam apodrecendo. 


"Tenho muito medo. Hoje um menino teve que descer para alinhar o caminhão na ponte. Ele fica na frente, dá sinal para a gente passar certo em cima da viga", disse o motorista Jodete Pinto da Silva.


Ao longo da Transpantaneira há 34 pousadas e hotéis que recebem turistas durante todo o ano. Para chegar até a fazenda de Cássio Luiz Silva Campos, onde ele também tem uma hospedagem, é preciso passar por 13 pontes. "Tem ponte com três anos sem manutenção. Vira e mexe, colocam uma tábua aqui, um negócio ali, mas é só paliativo", frisou Campos. Ele explicou que as reservas estão esgotadas para o Carnaval, mas a preocupação é com as condições da estrada para a chegada destes turistas. "Se não tiver cliente, não tem dinheiro. Se o governo não faz a parte dele, como vamos fazer?".


Ingrid de Araújo Grahn, que é coordenadora de outra pousada na Transpantaneira, reclama que alguns fornecedores se recusam a fazer entregas por causa da situação das pontes. "Transporte pesado, se a ponte não dá condição de sustentá-los, não tem como chegar. Isso significa que a gente não tem como receber alimentos", disse Ingrid. O receio é ficar sem acesso caso a estrutura de uma delas venha abaixo durante o período chuvoso, que só deve terminar no mês de abril.