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NOTÍCIA

'Pedi para não matar', diz viúva de idoso assassinado em cidade de MT

Aposentado de 93 anos morreu com tiro no peito em Várzea Grande. Esposa de 85 e neto de sete presenciaram latrocínio em comunidade rural.

Data: Sexta-feira, 10/01/2014 00:00
Fonte: Do G1 MT
Dona Sebastiana, de 85 anos, implorou pela vida do marido, de 93 anos de idade. (Foto: Reprodução / TVCA)Dona Sebastiana, de 85 anos, implorou pela vida do marido, de 93 anos de idade. (Foto: Reprodução / TVCA)

Há dois dias de luto, a esposa do aposentado Luiz Otávio da Silva, morto aos 93 anos na última terça-feira (9) com um tiro de arma de fogo, contou nesta quinta-feira à TV Centro América que chegou a tentar impedir o assassinato do marido. O crime chocou pela covardia, pelo motivo banal (o roubo de R$ 200,00 em dinheiro) e chamou atenção para a violência crescente na comunidade rural do Formigueiro, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).

 

“É uma mágoa que a gente fica, de ver uma pessoa malvada fazer o que ele fez e eu pedindo a ele 'Pelo amor de Deus, não mata ele, não'”, relatou a idosa, de 85 anos.

 

Ela estava com o marido e o neto, de sete anos de idade, quando o latrocínio aconteceu na chácara da família. O bandido, que vive na comunidade e é conhecido na região, entrou no local com o pretexto de vender um perfume ao idoso.

 

Após ver o aposentado com o dinheiro na mão, ele se retirou e voltou com um comparsa já com a intenção de matar o idoso, momento em que Sebastiana tentou intervir, implorando aos bandidos que não atirassem. Luiz Otávio morreu com um tiro no peito.


O suspeito de atirar foi preso escondido sob uma cama dentro de numa casa da região. Ele alegou que estava drogado quando cometeu o crime. O segundo envolvido no latrocínio continua foragido.


“Aqui não dá mais pra ficar. Os bandidos só fazem entrar dentro de casa e catar a gente. Como é que a gente vai fazer?”, pergunta a viúva. A família colocou a chácara à venda após o crime devido à sensação de insegurança que impera na região, situação confirmada pelo presidente de bairro.

 

“A situação nossa é crítica. Nós estamos à mercê dos bandidos”, resumiu Jairo Rocha, que preside a associação de moradores. Segundo ele, a maioria das pessoas na área hoje em dia não sai de casa após as 18h com medo da violência crescente.

 

Em 60 dias, o latrocínio que matou o aposentado Luiz Otávio foi a nona ocorrência na região.

 

Já a Polícia Militar afirma que a região é cortada por muitos acessos intransitáveis para as viaturas, o que dificulta a rotina de rondas no local, mas a corporação assegura que tem feito esforços nesse sentido, sobretudo após reuniões com representantes da comunidade preocupados com a elevação dos índices de criminalidade.