Há dois dias de luto, a esposa do aposentado Luiz Otávio da Silva, morto aos 93 anos na última terça-feira (9) com um tiro de arma de fogo, contou nesta quinta-feira à TV Centro América que chegou a tentar impedir o assassinato do marido. O crime chocou pela covardia, pelo motivo banal (o roubo de R$ 200,00 em dinheiro) e chamou atenção para a violência crescente na comunidade rural do Formigueiro, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá).
“É uma mágoa que a gente fica, de ver uma pessoa malvada fazer o que ele fez e eu pedindo a ele 'Pelo amor de Deus, não mata ele, não'”, relatou a idosa, de 85 anos.
Ela estava com o marido e o neto, de sete anos de idade, quando o latrocínio aconteceu na chácara da família. O bandido, que vive na comunidade e é conhecido na região, entrou no local com o pretexto de vender um perfume ao idoso.
Após ver o aposentado com o dinheiro na mão, ele se retirou e voltou com um comparsa já com a intenção de matar o idoso, momento em que Sebastiana tentou intervir, implorando aos bandidos que não atirassem. Luiz Otávio morreu com um tiro no peito.
O suspeito de atirar foi preso escondido sob uma cama dentro de numa casa da região. Ele alegou que estava drogado quando cometeu o crime. O segundo envolvido no latrocínio continua foragido.
“Aqui não dá mais pra ficar. Os bandidos só fazem entrar dentro de casa e catar a gente. Como é que a gente vai fazer?”, pergunta a viúva. A família colocou a chácara à venda após o crime devido à sensação de insegurança que impera na região, situação confirmada pelo presidente de bairro.
“A situação nossa é crítica. Nós estamos à mercê dos bandidos”, resumiu Jairo Rocha, que preside a associação de moradores. Segundo ele, a maioria das pessoas na área hoje em dia não sai de casa após as 18h com medo da violência crescente.
Em 60 dias, o latrocínio que matou o aposentado Luiz Otávio foi a nona ocorrência na região.
Já a Polícia Militar afirma que a região é cortada por muitos acessos intransitáveis para as viaturas, o que dificulta a rotina de rondas no local, mas a corporação assegura que tem feito esforços nesse sentido, sobretudo após reuniões com representantes da comunidade preocupados com a elevação dos índices de criminalidade.