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NOTÍCIA

Custo da Arena Pantanal cresce em R$ 51 milhões ao planejado pelo Estado

Data: Terça-feira, 26/11/2013 00:00
Fonte: UOL

O argumento de que a Copa do Mundo de 2014 seria usada, principalmente, para catalisar investimentos em mobilidade urbana em suas cidades-sede foi por terra nesta segunda-feira. Após o Ministério do Esporte atualizar a lista de obras para o Mundial de 2014, ficou evidente que a maior parte dos recursos destinados à preparação do país para o torneio vai mesmo para a reforma ou construção de estádios.


De acordo com a versão atual da chamada Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo, só as obras estádios do Mundial vão consumir pouco mais de R$ 8 bilhões R$ 1 bilhão a mais do que o previsto na versão anterior do documento, divulgada em dezembro do ano passado. Já as obras para melhorias do transporte público ou construção de novas vias receberão cerca de R$ 7 bilhões –R$ 800 milhões a menos do que receberiam anteriormente.


De dezembro até hoje, o custo da reforma ou construção dos 12 estádios do Mundial de 2014 subiu 14%. Já esses investimentos mobilidade diminuíram 10%, parte disso devido a atrasos nos cronogramas de construção.


Nesta segunda-feira, por exemplo, o Ministério do Esporte tirou da lista de obras da Copa do Mundo 14 projetos. Desses, 12 eram de transporte, um era em um porto e outro, em aeroporto. Só Porto Alegre, que já havia confirmado há meses os atrasos em suas obras de melhoria urbana, tirou dez obras de mobilidade da matriz. Isso aponta que essas não estarão prontas até o início da Copa do Mundo.


Os investimentos em portos de cidades-sede da Copa do Mundo perdeu ainda mais recursos do que a mobilidade urbana: 13%. Em dezembro, estava previsto que as obras em terminais marítimos e fluviais custassem R$ 676 milhões. Após a reforma do Porto do Rio ser tirada da lista de projetos para o Mundial, o investimento caiu para R$ 587 milhões.


Já o custo dos estádios só não aumentou mais que o valor previsto para a reforma do entorno dessas arenas. Como parte de sua preparação para a Copa, cidades-sede também têm que fazer obras de melhoria de calçamento e acesso aos seus locais de jogo. Em dezembro, o ministério havia estimado que isso custaria R$ 795 milhões a governos. A estimativa atual é que isso custe R$ 996 milhões –25% a mais.


Vale lembrar que, apesar dessas estarem ligadas estritamente a área dos estádios, o Ministério do Esporte considera que elas também são obras de mobilidade urbana. Dessa forma, todas as obras dessa área, incluindo as obras no entorno dos estádio, custariam R$ 8,024 bilhões --quase o mesmo dos estádios da Copa.


Estádios

Entre as obras de estádios da Copa, já são duas que oficialmente custam mais de R$ 1 bilhão: Maracanã (R$ 1,050 bilhão), no Rio de Janeiro, e Estádio Nacional Mané Garrincha (R$ 1,403 bilhã0), em Brasília. Essas duas arenas, aliás, estão entre as oito que tiveram o custo de sua reforma ampliado de dezembro para hoje.


Mineirão, em Belo Horizonte, Beira-Rio, em Porto Alegre, e Itaquerão, São Paulo, mantiveram o custo de suas obras. Já o custo da reforma do Castelão, em Fortaleza caiu: de R$ 623 milhões para R$ 518 milhões.


A Arena Pantanal, em Cuiabá, terá um custo total de R$ 570 milhões. O valor supera em R$ 51 milhões o planejado inicialmente, quando a Secopa estimava gastos de R$ 519 milhões.


Além do aumento de preço, outra preocupação em torno da Arena Pantanal é em relação aos prazos. Com cerca de 85% das obras concluídas, a previsão é de que o "novo Verdão" não fique pronto até dezembro deste ano, prazo final dado pela Fifa para que os estádios da Copa estejam prontos.


De acordo com a nova versão da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo, só 0,06% do custo da reforma dos estádios será custeado puramente com recursos privados. Cerca de 99,4% será pago diretamente por governos ou com ajuda de financiamento de bancos públicos, como o BNDES.