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NOTÍCIA

Rússia vira e tira pela 2ª vez sonho de inédito título do Brasil

Data: Domingo, 14/11/2010 00:00
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Fonte: Terra

Mais uma vez a Seleção Brasileira parou no quase. Na reedição da final de 2006, o time verde e amarelo começou arrasador, mas sucumbiu para a Rússia a partir do quarto set e viu o inédito título mundial escapar pelas mãos pela segunda vez consecutiva. A vitória russa, de virada, veio apenas no tie-break, com parciais de 21/25, 25/17, 20/25, 25/14 e 15/11, neste domingo, em Tóquio.

Com as duas equipes invictas na competição, o time de José Roberto Guimarães conseguiu durante parte do jogo controlar a gigante Gamova e a experiente Sokolova, porém sofreu uma queda de rendimento inesperada e viu exatamente as duas jogadoras desequilibrarem a partida.

A derrota encerra não da melhor forma uma campanha irretocável da Seleção até chegar à final, passando por adversários favoritos ao título como Itália e Estados Unidos. Estraga ainda a possibilidade da Seleção de ter a hegemonia do vôlei brasileiro, com os títulos dos Jogos Olímpicos e do Mundial. Alguns destaques da equipe no Mundial, como as ponteiras Natália e Jaqueline, não conseguiram repetir os desempenhos das partidas anteriores.

O jogo

A Seleção Brasileira começou a partida de maneira arrasadora, parecendo que ainda estava com o mesmo ânimo do final da semifinal contra o Japão. A ponteira Natália foi o ponto de desequilíbrio no início de jogo. Com quatro pontos de ataque consecutivos, a camisa 12 foi a grande responsável para o Brasil abrir 6 a 1 no marcador. Com Gamova bem marcada, a Rússia não conseguia crescer na partida e, depois de um ataque de Jaqueline na entrada de rede, a Seleção fez 10 a 3, fazendo a Rússia pedir tempo.

A conversa surtiu efeito e as europeias fizeram uma boa sequência de pontos, principalmente graças a ataques errados de Sheilla e Jaqueline. O time brasileiro, porém, usou os contra-ataques para manter sua vantagem. Com um bloqueio de Fabiana, a Seleção chegou na segunda parada técnica com uma vantagem de 16 a 13 no placar.

A Seleção chegou a abrir cinco pontos, em um bloqueio de Fabíola, mas logo permitiu a reação das russas, que chegaram a empatar a partida em 21 a 21. O time brasileiro, porém, não se abateu. No saque de Jaqueline desmontou a recepção russa e conseguiu fechar o primeiro set em 25 a 21, em uma bola disputada por Sheilla na rede que acabou caindo para fora no lado brasileiro.

O segundo set começou exatamente de forma contrária do que foi a primeira parcial. No saque de Sokolova, a Rússia foi minando o Brasil e abriu 6 a 2 no placar, depois de um ace da camisa 5. A Seleção tentou voltar ao jogo antes do fim da primeira parada técnica, mas viu a ponteira Gamova em um desempenho inspirado, fazendo as russas chegarem no intervalo com 8 a 5 no placar.

Na volta da parada técnica, as europeias seguiam com o controle do set, conseguindo principalmente parar Natália, o que não aconteceu no começo da partida. Mais uma vez, o saque de Sokolova voltou a quebrar a recepção e fez com que o técnico José Roberto Guimarães parasse a partida para consertar os erros. O comandante tentou mudar um pouco a partida, colocando Joycinha e Dani Lins na inversão de oposto e levantadora. A alteração, porém, não surtiu efeito já que Joycinha parou no bloqueio russo por duas vezes, fazendo as europeias chegarem na segunda parada técnica com 16 a 11.

No saque da gigante Gamova, a Rússia deslanchou ainda mais no placar, marcando seis pontos seguidos. Zé Roberto colocou Sassá no lugar de Fabiana para sacar e melhorar o passe no fundo de quadra. Assim como na semifinal diante das japonesas, a ponteira entrou inspirada e desequilibrou. Com a moral alta da camisa 10, o Brasil diminuiu a desvantagem que era de oito pontos para quatro: 20 a 16, fazendo o técnico russo parar a partida. Com o tempo, as atuais campeãs mundiais colocaram a cabeça no luga e conseguiram empatar a partida em sets com um 25 a 17.

A Seleção Brasileira começou o terceiro set abrindo 2 a 0 em um bloqueio de Fabiana sobre Sokolova, mas em dois ataques errados de Sheilla permitiu a reação russa. O time verde e amarelo entrou explorou o bloqueio e as bolas no meio de Fabiana para tentar se manter a frente. Em um dos lances, Fabiana cravou tão forte que atingiu o nariz de Kosheleva, que ficou sentindo a pancada. Mantendo a regularidade, a equipe chegou à primeira parada técnica com 8 a 6, em um lance que gerou reclamações das russas depois de um ataque de Jaqueline.

No saque de Fabíola, a Seleção colocou distância no marcador, com três bola seguidas de Jaqueline, duas de contra-ataque e uma de bloqueio em cima da gigante Gamova: 11 a 6. As russas tentaram diminuir a diferença no saque de Kosheleva, mas a Seleção não deixou as adversárias chegarem. Em uma bola disputada por Fabíola, que o árbitro apontou invasão da russa, as comandadas de Zé Roberto fizeram 16 a 11 no segundo intervalo obrigatório.

O excelente bloqueio, horas com Thaisa, horas com Sheilla, foi fazendo diferença e o Brasil abriu 20 a 14. As russas não desistiam. Com dois bloqueios seguidos de Gamova em cima de Sheilla, diminuíram para 20 a 17, fazendo Zé Roberto parar a partida. A conversa deu resultado. Fabíola passou a variar mais as jogadas e novamente o time verde e amarelo se viu com vantagem na partida, ao fechar a parcial em 25 a 20, em um bloqueio de Fabiana.

Quem esperava uma Seleção Brasileira vindo para matar de vez a partida no quarto set se enganou. Quem brilhou mais uma vez foram as russas. Com o bloqueio encontrando toda hora os ataques de Natália, Jaqueline e Sheilla, o time verde e amarelo viu as rivais abrirem uma distância de 14 a 6 na parcial. Foi então que Zé Roberto colocou Sassá no lugar de Jaqueline, mesma substituição da semifinal.

A entrada da camisa 10 surtiu um pequeno efeito, mas não o suficiente para diminuir a larga vantagem. Na segunda parada técnica, as russas chegaram com o placar marcando 16 a 8. O time brasileiro foi sucumbindo em quadra no set. Cometendo erros bobos de ataque, sem marcação do bloqueio. No saque de Gamova, as russas abriram a incrível vantagem de 11 pontos: 20 a 9. Zé Roberto tentou colocar Fernanda Garay no lugar de Natália, que estava bem marcada, mas o passeio russo não foi impedido. Com um tranquilo 25 a 14, as europeias levaram a partida para o tie-break.

O tie-break começou tenso com inversão de pontos de lado a lado, mas sempre com o Brasil um pouco na frente. Os bloqueios de ambos os lados faziam a diferença. Na virada de quadra, a equipe verde e amarela chegou com 8 a 7 no placar, em uma bola no meio de Thaisa.

Em um ataque de Sheilla, a Rússia virou a partida em 9 a 8 e tomou o domínio da vantagem. Em um contra-ataque, as russas conseguiram abrir pela primeira vez dois pontos de vantagem: 11 a 9, para desespero de José Roberto Guimarães. A Seleção, porém, não conseguiu parar Gamova e viu as russas saírem com o bi-mundial do ginásio em Tóquio.