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NOTÍCIA

Obama rejeita condições e prazos dos republicanos, mas vai seguir negociando

Data: Sábado, 12/10/2013 00:00
Fonte: UOL

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, John Boehner, concordaram nesta sexta-feira (12) em seguir dialogando após ficar claro que a Casa Branca não está disposta a um acordo para aumentar o teto de dívida por apenas seis semanas.


No 11º dia de paralisação da Administração federal os republicanos no Congresso continuam trabalhando em um plano que desbloqueie as dotações orçamentárias congeladas e que eleve o teto da dívida antes de 17 de Outubro, data limite para que o Tesouro possa pagar suas obrigações.


O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, reiterou que o presidente Obama quer um acordo "limpo", que não esteja condicionado a interromper a reforma da saúde, que é lei desde 2010, e a cortes em programas sociais para reduzir o déficit.


Além disso, Carney pediu que os republicanos "não usem (a ameaça) da moratória como uma arma nas negociações" e que não proponham um aumento do limite do endividamento de apenas seis semanas, que afetaria totalmente o período de compras de férias.


A Casa Branca assegurou que não quer que se repita a mesma dinâmica de negociações de novo em poucas semanas e que a incerteza se instale na primeira economia mundial e nos mercados internacionais.


No entanto, o porta-voz se mostrou otimista com "a nova predisposição" republicana para acabar com a paralisação do governo federal e com o reconhecimento dos mesmos de que a impossibilidade de aumentar o limite da dívida a tempo teria efeitos "catastróficos".


Obama e Boehner falaram por telefone hoje, e mantiveram uma "boa conversa", na qual coincidiram na necessidade de "seguir dialogando", segundo o porta-voz da Casa Branca.


O presidente acredita que "não podemos permitir que uma facção de um partido", em referência ao setor mais conservador dos republicanos, "use a ameaça da moratória para obter concessões".


O grupo mais moderado dos republicanos no Senado apoia um acordo que termine com a paralisação da Administração e eleve o teto da dívida por três meses, algo que os mercados observam com atenção, mas, na Câmara, persiste a falta de consenso necessário para desbloquear o processo legislativo.


O senador republicano Lindsey Graham disse hoje que conseguiram fazer progressos em seus encontros com Boehner, mas ainda falta determinar "se a Câmara dos Representantes pode encontrar um centro de gravidade para a reabertura do governo".


Nas negociações da sexta-feira pela noite ganhou força uma proposta republicana para reabrir a Administração federal e permitir que as agências operem por pelo menos seis meses com as dotações orçamentárias anteriores à paralisação.


O teto de dívida pode ser elevado até o início de 2014 e como condição se pediria ao Congresso que começasse negociações orçamentárias, para se chegar a um acordo fiscal e de despesa em longo prazo, que resistiu desde que o Legislativo ficou dividido entre democratas e republicanos.


Em uma tentativa de conseguir parte de suas reivindicações, os republicanos exigiriam que partes menores da reforma da saúde de Obama fossem adiadas, algo que poderia receber o OK de uma maioria democrata e o sinal verde do presidente.