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NOTÍCIA

Juiz determina liberdade de condutor de trem que descarrilou na Espanha

Francisco José Garzón foi posto em liberdade provisória. Acidente deixou 79 mortos em Santiago de Compostela.

Data: Domingo, 28/07/2013 00:00
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O juiz que atua no caso do acidente de trem em Santiago de Compostela ordenou neste domingo (28) que o maquinista, Francisco José Garzón, responda em liberdade às acusações.


O motorista, de 52 anos, foi ao tribunal para esclarecer as circunstâncias do acidente, que deixou 79 mortos depois que o trem descarrilou em uma curva próxima a Santiago.


Apesar de ser posto em liberdade, Francisco ainda enfrenta acusações criminais após testemunhar durante duas horas diante do juiz.


O condutor está detido desde logo após o acidente sob suspeita de homicídio negligente, mas tem ainda de ser formalmente acusado por um magistrado.


Em sua declaração ao titular do tribunal número três de Santiago de Compostela, Luis Aláez, o réu admitiu ter cometido negligência.


Antes da declaração, o magistrado entregou às partes uma cópia do relatório policial sobre o acidente, ocorrido a poucos quilômetros da estação de Santiago, em Angrois.


Durante as quase 72 horas que durou sua detenção policial, Garzón se reservou o direito de não se declarar


Garzón, que foi liberado do hospital no sábado (27), mas permaneceu sob custódia da polícia, chegou ao principal tribunal de Santiago de Compostela na tarde deste domingo, em um carro da polícia com janelas escuras.


O experiente piloto estava viajando mais de duas vezes acima dos 80 km por hora permitidos em uma curva em direção à cidade de Santiago de Compostela, quando o trem descarrilou e bateu em um muro na quarta-feira (24).


O número de mortos do pior desastre de trem da Espanha em décadas aumentou para 79 depois que uma pessoa ferida morreu neste domingo. Setenta pessoas permanecem no hospital com ferimentos do acidente, que amassou o trem e levou ao incêndio de alguns vagões. Desses internados, 22 estão em estado grave.


Depois do acidente, Garzon falou tanto com o centro de controle do sistema de trem e equipes de emergência, com o rosto coberto de sangue por um ferimento na cabeça. Os jornais espanhóis informaram que as transcrições dessas comunicações mostram que ele reconheceu que estava indo rápido demais.


O ministro do Interior, Jorge Fernandez, disse no sábado (27) que não havia provas suficientes para acusar Garzon de homicídio imprudente.


O juiz irá investigar o caso e também vai analisar se o trem, as faixas ou o sistema de segurança que retarda os trens estavam com problemas.


Manuntenção
O trem Alvia, um dos três tipos de serviços de trem de alta velocidade que circulam na Espanha, havia passado por uma manutenção completa na manhã da viagem, disse o chefe da companhia ferroviária estatal (Renfe), e sistemas de segurança no local estavam em boa condição.


"Até onde sabemos o trem estava em perfeita condição quando ele partiu para sua jornada", disse Julio Gomez-Pomar ao jornal ABC.


Os trens Alvia rodam tanto em pistas tradicionais, onde os motoristas devem acatar aos sistemas de alerta para reduzir a velocidade, como em trilhos de alta velocidade, onde um sistema de segurança mais sofisticado pode abrandar automaticamente trens que estão indo rápido demais.


Na parte da pista onde aconteceu o acidente, estava a cargo do condutor reagir às solicitações para diminuir o ritmo.


Mas Gomez-Pomar rejeitou as críticas de que o sistema de segurança era insuficiente, dizendo que o debate "não faz muito sentido."