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NOTÍCIA

Prudente é a 5ª cidade do Estado com mais assassinatos de jovens

Dados têm como base sistema disponibilizado pelo Ministério da Saúde e integram 'Mapa da Violência'

Data: Quinta-feira, 18/07/2013 00:00
Fonte: Pedro Mathias/ IFronteira


Presidente Prudente é a 5ª cidade do Estado de São Paulo onde mais jovens entre 14 e 25 anos morrem assassinados. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (18), no Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, do Centro de Estudos Latino-americanos (Cebela).


Os dados são referente a 2011 e têm como base os números disponibilizados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Em Prudente, de acordo com o estudo, nove jovens foram assassinados em 2009. A mesma quantidade, em 2010. Porém, há dois anos, foram 19.


O município, cuja população entre 14 e 25 anos somava 33.840 na época, é o maior entre as dez cidades que ocupam o topo do ranking, com 207.610 habitantes, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


No Estado, Caraguatatuba lidera a lista, seguida por Itapecerica da Serra, Itanhaém e Lorena. Depois de Prudente, figuram São Sebastião, Caçapava, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Rio Claro.


O aumento da violência entre pessoas desta faixa etária, de acordo com o estudo, está ligado a três fatores. O primeiro deles é um contraponto à cultura da violência. “Contrariando a visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à Segurança Pública, que a violência homicida do país se encontra imediatamente relacionada e explicada pelas estruturas do crime, e mais especificamente da droga”.


Outro fator é a impunidade, que funciona “como estímulo para resolução de conflitos via extermínio do próximo”. E, por fim, a tolerância institucional:


“Como se opera esse esquema de ‘naturalização’ e aceitação da violência? Por diversos mecanismos, mas fundamentalmente pela culpabilização da vítima, justificando a violência dirigida, principalmente, a setores subalternos ou particularmente vulneráveis que demandam proteção específica, como mulheres, crianças e adolescentes, e idosos. Por essa via, a estuprada foi quem provocou o estupro, ou ela vestia como uma ‘vadia’; o adolescente torna-se marginal, delinquente, drogado ou traficante. A própria necessidade de leis ou mecanismos específicos de proteção: Estatutos da Criança, do Adolescente do Idoso, Lei Maria da Penha, ações afirmativas indicam claramente as desigualdades e vulnerabilidades existentes”, pontua o documento.