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NOTÍCIA

Hospitais privados só atendem casos de urgência e emergência em Cuiabá

Medida foi tomada diante da greve dos enfermeiros, técnicos e auxiliares. Profissionais estão em greve desde o dia 1º deste mês por reajuste.

Data: Quarta-feira, 10/07/2013 00:00
Fonte: G1 MT

Desde as 7h desta quarta-feira (10), os pronto-atendimentos dos hospitais particulares e filantrópicos de Cuiabá só atendem casos de urgência e emergência por causa da greve dos profissionais de enfermagem, deflagrada na semana passada. Conforme o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso (Sindessmat), a medida foi tomada porque durante a greve dos profissionais somente 30% dos profissionais estão trabalhando para atender centros cirúrgicos, enfermarias, apartamentos e pronto-atendimentos.


Durante esse período, somente 50% do atendimento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) serão mantidos, o que, segundo o Sindessmat, é insuficiente para prestar atendimento adequado e seguro para a população.


"O Sindessmat lamenta a decisão, mas acredita que enquanto o índice dos profissionais trabalhando for mantido nesse patamar de 30%, o caos continuará instalado e os hospitais sem condições de atender adequadamente à população. O Sindicato reafirma sua posição de estar aberto às negociações e de respeito ao direito de greve do trabalhador, mas tem o dever e a responsabilidade de preservar o direito à vida, que se sobrepõe a qualquer outro", diz trecho da nota emitida pelo Sindessmat, nesta terça-feira (9), ao comunicar sobre a restrição do atendimento.


Para o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen), a medida adotada pelos representantes dos hospitais é “sensacionalista” da parte dos hospitais privados na tentativa de colocar a sociedade contra o movimento dos trabalhadores.


A restrição dos serviços de pronto-atendimento não é o primeiro reflexo da greve dos profissionais de enfermagem da rede particular, que reivindicam reajustes no piso salarial (de R$ 1.627 para R$ 2 mil para enfermeiros e de R$ 827 para R$ 1 mil para técnicos de enfermagem).


Sobre o efetivo de trabalhadores, o presidente do Sinpen disse que há antes, antes da greve, os hospitais da rede particular têm sido administrados com escalas desfalcadas e com trabalhadores contratados a salários baixos que não têm atraído mais qualquer outro profissional.  "Já falamos que R$ 50 não é aumento de salário. Nós não vamos ceder. Não somos uma subprofissão", enfatizou.


Greve
Os profissionais da enfermagem estão em greve desde o dia 1° em protesto por reajuste salarial de enfermeiros e técnicos. Desde o início da greve, trabalhadores e o sindicato patronal têm negociado a pauta de reivindicações; reuniões foram marcadas para tratar do assunto, mas representantes do Sindessmat não compareceram à audiência marcada na sede do Tribunal Regional do Trabalho, da 23ª região, em Cuiabá na sexta-feira (5). Na ocasião, a Justiça reduziu o percentual obrigatório de enfermeiros atendendo nas unidades de saúde durante a greve.