Na noite de sexta-feira (21), em resposta às manifestações dos últimos dias, a presidente Dilma propôs um grande pacto entre o Governo Federal e os governos municipais e estaduais para melhorar os serviços públicos. O pronunciamento foi em cadeia nacional de televisão.
A presidente falou por dez minutos. Logo no início, condenou a violência de uma minoria e elogiou as manifestações pacíficas que tomaram o país.
“Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar. Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder”, disse.
Em seguida, a presidente listou providências que considera necessárias para atender às reivindicações levadas às ruas: um plano nacional de mobilidade urbana, que privilegie o transporte coletivo. E outras duas medidas que dependem de aprovação do Congresso: trazer médicos do exterior para o atendimento do SUS e destinar 100% dos recursos do petróleo para a educação.
Para implementar essas medidas, a presidente Dilma disse que chamará os principais governadores e prefeitos do país e discutir um grande pacto.
“Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos”, declarou.
A presidente Dilma também disse que o dinheiro do Governo Federal gasto nos estádios das copas é fruto de financiamento e será pago de volta pelas empresas e governos que os exploram. E, por fim, reafirmou: “O meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês. E não vou transigir com a violência e a arruaça”.