A Polícia Judiciária Civil (PJC) apreendeu na noite desta quinta-feira (21), material apócrifo contra o governador Silval Barbosa (PMDB) e o deputado estadual José Riva (PSD). As três faixas encontradas seriam utilizadas no Ato Contra a Corrupção e Violência, realizado em Cuiabá.
De acordo com o delegado Jefferson Dias Soares, que apreendeu as faixas, o crime é de conotação política. “Não tenho dúvidas de que o material apócrifo é de cunho político, em função da qualidade das faixas, destas não terem sido improvisadas, ou seja, pensadas e feitas com algum tempo de antecedência e também pela repetição da arte nas três”, disse em entrevista concedida no Cisc Planalto.
Apesar da legitimidade da manifestação, que era livre e democrática, grupos políticos se aproveitaram do ato para fazer política partidária, o que foi condenado pela grande maioria dos participantes.
Segundo o delegado, a partir da identificação o responsável poderá responder por crime contra honra, onde a pena varia de seis meses a dois anos de detenção. “Temos a informação das características físicas do cidadão que estava com este material, agora vamos intensificar as investigações para encontrar essa pessoa e consequentemente, identificar o autor”, afirmou.
O CASO
Durante a tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil e Militar recebeu denuncias sobre um grupo que estaria distribuindo materiais apócrifos para manifestantes.
As faixas apreendidas foram deixadas por um cidadão no interior de um taxi ao perceber que a polícia fazia rondas no cruzamento da Isaac Póvoas com a Comandante Costa.
Segundo o taxista Alencar Ferreira Dias, 61 anos, um jovem de aproximadamente 25 anos, alto, moreno claro e de rosto arredondado embarcou no seu veículo às 17h em frente ao edifício Milão, na avenida Isaac Póvoas. O destino final seria a Praça Alencastro, local do início da manifestação.
Durante o trajeto, o jovem percebeu a movimentação da polícia e na parada do taxi no semáforo, fugiu do veículo sem pagar a corrida e deixou as faixas. Após a intensificação das rondas, a Polícia Civil apreendeu o material apócrifo depois da manifestação, por volta das 20h.
Encaminhado para o Cisc Planalto, o taxista disse ao delegado que a ação foi rápida e que não conhecia o jovem que levava o material apócrifo. “Este rapaz nunca havia pegado taxi comigo. Nem chegamos a conversar, apenas estava levando no local solicitado e quando ele viu a viatura, esperou a primeira oportunidade para fugir”, explicou.
O taxista também responderá pelo crime contra honra. Após prestar depoimento e assinar o termo circunstanciado, foi liberado.