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NOTÍCIA

Várzea Grande corre risco de sofrer com falta d’água em plena Copa do Pantanal, se não houver investimentos

Data: Domingo, 16/06/2013 00:00
Fonte: Ronaldo Pacheco/ Olhar Direto

Em plena Copa do Pantanal Fifa 2014, Várzea Grande pode sofrer com desabastecimento de água tratada, caso não tenha início imediatamente os investimentos previstos. Existe a expectativa real de colapso na prestação de serviço do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG), caso não haja investimentos para ampliação da capacidade de captação, tratamento e distribuição de água na cidade Industrial.
 

Desta forma, a crise de abastecimento virá a se agravar durante a Copa do Pantanal de 2014, quando a cidade deve receber um fluxo de mais de 40 mil turistas de fora do Estado e do país, sem contar com o público flutuante interno, oriundo do interior de Mato Grosso.



Para evitar a crise de abastecimento, o secretário Especial de Gabinete e representante oficial do Município de Várzea Grande na Secretaria Especial da Copa (Secopa), Roldão Lima Júnior, protocola hoje o pedido de execução das obras. “Vai faltar água em boa parte da cidade em 2014 se nada for feito. Nosso sistema está prestes a entrar em colapso. Já tive conversas preliminares junto à Secopa e ficou sinalizada a possibilidade de intervenção e vamos correr atrás disso”.



O projeto, que contempla investimentos na captação, tratamento e distribuição, está orçado em R$ 3,83 milhões e previsto para execução em seis meses e ao final terá ampliado em 47% a capacidade de distribuição elevando para 14 milhões de litros d´água/dia a oferta em Várzea Grande. Cerca de 23 mil famílias, ou 92 mil habitantes – cerca de 40% da população – serão beneficiados pelas obras e investimentos, sem contar no público flutuante gerado pela Copa do Mundo.



A CRISE 

A falta de água será sentida justamente na região central, onde se concentram os hotéis, bares e restaurantes, como também na chamada ‘Rota do Peixe’, ponto turístico de Várzea Grande, tanto para difusão da cultura como da gastronomia local.



O alerta vem de um estudo elaborado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que aferiu demandas e dimensionou ações para o período, ações essas que devem ser executadas para toda a Baixada Cuiabana, que receberá de forma direta e indireta o impacto do maior fluxo de pessoas na região. Os resultados foram apresentados no mês passado durante uma das reuniões das Câmaras Temáticas da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) e deixaram o secretário Roldão Lima bastante preocupado com a iminência do colapso. Dias depois à apresentação da UFMT, Roldão Lima Júnior  pediu a elaboração de um projeto para investimentos no DAE/VG nessas três frentes – captação, tratamento e distribuição.



O projeto prevê a execução de assentamento de um bombeador no rio Cuiabá, juntamente com a montagem de um novo conjunto de moto-bomba para atender à Estação de Tratamento de Água (ETA/1), localizada no Morro do Urubu, na Avenida Ulisses Pompeu de Campos, bem como adequação das instalações elétricas e quadro de distribuição e automatização. “Há 20 anos não se faz nenhum investimento na ETA 1”, frisa Roldão.



A demanda gerada pela Copa do Mundo vai exigir maior distribuição e para atender nas atuais condições teremos de deixar boa parte da cidade sem água por vários dias seguidos. Será o caos”. A ETA 1 abastece o grande Cristo Rei e outras regiões, por exemplo, a Rota do Peixe. “Para se ter uma ideia do problema, a Estação tem reservatórios desativados por conta de rachaduras e nenhum dos reservatórios do Cristo Rei é enchido em sua totalidade, 6 milhões de litros, por falta de água. Para encher é preciso deixar de fornecer água. Em outras palavras, toda a água captada e tratada é distribuída, consumida e ainda não atende a todos”.



Atualmente, como explica, o rendimento diário é de 160 litros por segundo, ou, 13.824 metros cúbicos (m³) e passará a 339 litros por segundo, ou, 29.289 m³/dia. “Contabilizando a capacidade atual com a ampliação vamos ter 499 litros por segundo, ou, 43.113 m³ diários de vazão, uma elevação de 47%”.