ARIPUANÃ, Sexta-feira, 29/03/2024 -

NOTÍCIA

Dilmar contesta perda de medicamentos da farmácia pública do Mato Grosso

Data: Quinta-feira, 30/05/2013 00:00
Fonte: CenárioMT

A falta de responsabilidade de servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) que levou a perda de centenas de medicamentos da farmácia pública de Mato Grosso, conforme noticiado na imprensa na última semana, foi duramente criticada pelo deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM) durante sessão extraordinária realizada na Assembleia Legislativa, na quarta-feira (29).


 
Na tribuna, o deputado afirmou que o caso é inadmissível e que a SES terá que arcar com as consequências, de modo a disponibilizar o mais rápido possível os medicamentos perdidos aos postos de saúde dos municípios no interior de Mato Grosso.

 
“O Estado tem 141 municípios e são nessas cidades que os medicamentos devem estar e não dentro da Secretaria de Saúde. No momento da compra, a SES tem que requisitar que esses remédios sejam encaminhados para as cidades” relatou.

 
As medicações vencidas são de alto custo e deveriam ser destinadas ao tratamento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com doenças crônicas, como câncer, problemas neurológicos e outras patologias de maior gravidade.

 
O deputado lembrou que a população do norte do Estado, como as dos municípios de Campinápolis, Cáceres, Sorriso, Aripuanã e Sinop clamam por esses medicamentos e, infelizmente, foram obrigados a ver tantos deles serem jogados fora.

 
“A secretaria de Saúde precisa ter mais seriedade e responsabilidade com as pessoas. A população clama por medicamentos e a reposta do Estado será a de jogar esse pedido no lixo?”, questionou o democrata.

 
A farmácia é administrada por uma Organização Social contratada pelo governo estadual, o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas). Por meio de nota, a assessoria de imprensa da entidade informou que a perda de medicamentos ocorreu devido à compra de quantidades acima da necessidade de determinados rótulos, os quais acabaram sobrando em virtude da “impossibilidade, ou falhas em fazer permutas ou doações daqueles produtos com risco de vencimento”.

 
Segundo o Ipas, não estão na competência da instituição procedimentos como aquisição, gerenciamento de permutas e trocas de medicamentos, restando como sua tarefa apenas o gerenciamento do material disponibilizado pela SES na farmácia de alto custo. A entidade ainda se colocou à disposição da AGE a fim de contribuir no esclarecimento das responsabilidades neste caso.

 
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Alexandre Guedes, iniciou uma investigação para averiguar o tamanho do prejuízo aos cofres públicos causado pela perda de medicamentos e identificar os responsáveis. Já a Secretaria de Saúde instaurou uma sindicância para apurar o fato. O democrata adverte, no entanto, que o caso também deve ser investigado pela Polícia e que os culpados precisam pagar pelo erro. Dal’ Bosco disse ainda que supostamente o responsável seja apadrinhado. Dilmar também não descarta a possibilidade de ter algo por de trás do caso.

 
“A Polícia tem que entrar no meio da investigação, aí tem apadrinhamento, algo por de trás e interesse pessoal” pontuou.