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NOTÍCIA

Novo contrato da Arena projeta faturamento de R$ 1 bilhão ao Grêmio

Confira os itens financeiros que foram alterados com o acordo entre clube e OAS

Data: Quinta-feira, 30/05/2013 00:00
Fonte: Luís Henrique Benfica/ Zero Hora

Convocados para uma reunião no dia 11 de junho, os conselheiros do Grêmio irão apreciar uma alteração radical nos termos do contrato firmado entre Grêmio e OAS para a construção da Arena.


Conduzida diretamente pelo presidente Fábio Koff, a renegociação com a construtora - chamada de aditivo - altera todos os itens financeiros do documento assinado em dezembro de 2008. E projeta para o clube um faturamento não inferior a R$ 1 bilhão ao fim dos 20 anos de parceria.


Os termos que compõem o aditivo são amplamente favoráveis ao clube. Modificam aspectos que, de acordo com dirigentes, sufocavam tanto as finanças a ponto de ameaçar o atraso no pagamento dos salários.


A abertura de mais espaços para associados dentro da Arena é o dado mais festejado pelo Grêmio, por alavancar as finanças em valores substanciais. Nos termos atuais, é pouco atraente ser sócio do clube. O torcedor prefere optar pelo Passaporte Arena e pelo Passaporte Gold, produtos comercializado pela Arena Porto-Alegrense, gestora do estádio, que oferecem polpudos descontos em todos os setores do estádio.


– Não faz sentido a Arena concorrer com o Grêmio – diz um conselheiro.


Hoje, o Quadro Social proporciona uma arrecadação anual em torno de R$ 65 milhões. Com os novos espaços que serão criados para os associados, o valor poderá chegar a pelo menos R$ 100 milhões, cabendo 65%, ou R$ 65 milhões ao Grêmio, de acordo com as regras da parceria. Pelos termos atuais, o clube recebe sua parte na sociedade somente depois de serem deduzidas todas as despesas. É o chamado lucro líquido ajustado. Com a modificação, o cálculo incidirá sobre o lucro bruto. O Grêmio primeiro retirará sua parte e só depois repassará à parceira os 35% a que ela terá direito. Em 20 anos, os R$ 65 milhões correspondem a R$ 1,3 bilhão. 


A redução em pelo menos 50% do valor gasto com a migração dos associados é o outro aspecto saudado pela direção. Hoje, são R$ 41 milhões por ano repassados a Arena Porto-Alegrense para acomodar 25 mil associados no quarto andar e outros oito mil em cadeiras Gold e Gramado da Arena. Com a alteração, esse valor cairá para R$ 21 milhões, em um contrato com duração de 20 anos. Pelo acordo atual, os valores da migração já seriam revistos em 2014.


A participação nos lucros gerados pelos empreendimentos imobiliários que serão erguidos no entorno da Arena, no bairro Humaitá, e da Azenha, a partir da implosão do Olímpico, também representarão um elevado faturamento que o contrato original não previa.


Representantes da OAS não se dizem prejudicados com as modificações. A empresa seguirá com os valores obtidos na bilheteria e ainda deixará de repassar ao Grêmio a cota anual de R$ 10 milhões. Além disso, os 35% que lhe cabem no contrato permitem honrar com sobras as parcelas do financiamento obtido junto ao BNDES (R$ 275 milhões no total) para erguer a Arena.


– Se for isso, é a redenção do clube. Modifica os dois pilares estruturais, que eram a distribuição dos lucros e a migração. É a reestruturação de um contrato que, originalmente, era suicida – observa o advogado Gladimir Chiele, o mesmo que, em 2009, já havia sugerido ao então presidente Duda Kroeff uma revisão contratual.


AS ALTERAÇÕES

Para o Grêmio:
- Hoje, o Grêmio fatura cerca de R$ 65 milhões por ano com o Quadro Social. Com a alteração contratual, que abrirá espaço para novos sócios na Arena, poderá chegar a R$ 100 milhões ou mais.


- Como o percentual do Grêmio na parceria com a OAS é de 65%, serão R$ 65 milhões por ano, ou R$ 650 milhões ao longo de dez anos.


- O repasse anual à Arena Porto-Alegrense pela migração do associados cairá de R$ 41 milhões para R$ 21 milhões.


Para a Arena Porto-Alegrense:
- A Arena Porto-Alegrense deixa de repassar ao Grêmio o valor anual estipulado em contrato de R$ 10 milhões.


- Segue detentora do valor arrecadado nas bilheterias.


- Seu percentual na parceria permite pagar com sobras o financiamento de R$ 275 milhões obtido junto ao BNDES para a construção da Arena.


- Usará a imagem do Grêmio para incrementar a venda dos imóveis no Humaitá e na Azenha.