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MT espera refinanciar dívida de R$ 2 bi com banco suíço até maio

Data: Sábado, 06/04/2013 00:00
Fonte: Ronaldo Pacheco/ Olhar Direto

 

Foto: Reprodução

MT espera refinanciar dívida de R$ 2 bi com banco suíço até maio

 

 

O governo de Mato Grosso vai concluir em maio a segunda etapa do reperfilamento das dívidas do Estado com a União, no valor de US$ 1 bilhão (R$ 2 bilhões), com o banco Credit Suisse, um dos maiores da Europa. O governador Silval Barbosa (PMDB) recebeu ontem, por mais de uma hora, o presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, para discutir o formato do compromisso.



Um dos responsáveis pela elaboração do projeto técnico de refinanciamento do debito desde o primeiro contrato, firmado em 30 de setembro de 2012, o secretário adjunto de Fazenda do Estado, economista Vivaldo Lopes, afirma que é a renegociação é importante para reduzir dos atuais 15% para 7% o comprometimento das receitas correntes líquidas com o montante da dívida. Ele explica que isso só está sendo possível graças à manutenção da classificação de risco (rating) dada pelas principais agências internacionais – Standard & Poor’s e Moody’s.



“Mato Grosso está atrás apenas da União, mas à frente dos demais estados, inclusive os mais ricos, como São Paulo e Minas Gerais”, observa ele, no início da noite desta sexta-feira (05/04), durante palestra no auditório do Conselho Regional de Economia (Corecon), com a presença de diversos profissionais.



“Com o alongamento do perfil da dívida, o Estado recupera sua capacidade de investimentos no social e em infraestrutura”, destaca Lopes, apontando para a necessidade de recursos para rodovias, escolas, saúde e outros.



“A dívida de Mato Grosso possui uma negociação factível, se comparada com outros estados. Já São Paulo, por exemplo, deve R$ 173 bilhões e a Prefeitura de São Paulo em torno de R$ 60 bilhões”, pontua Lopes, para a reportagem do Olhar Direto.



Em 30 de setembro do ano passado, Mato Grosso assinou o primeiro contrato com o Bank Of America, no valor de US$ 489 milhões (R$ 930 milhões). Em menos de seis meses, o Estado já economizou quase R$ 180 milhões.



Desde 1997, quando foi assinada a rolagem da dívida ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, com base na Lei 9.496/97, em valores da época de R$ 988 milhões (4,3 bilhões atualizados),



Mato Grosso já pagou quase R$ 10 bilhões à União. No entanto, o Estado ainda deve R$ 4,4 bilhões, por causa da correção do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), mais 6%. Na média dos últimos anos, os juros anuais chegaram a 17,98%.



Vivaldo Lopes lembra que Mato Grosso foi novamente classificado como destino seguro para grandes investimentos. Ele cita avaliação das agências Moodys e Standard & Poor’s, na qual o Estado é mantido como classificação de risco (rating) Baa3 e BBB-, respectivamente, ampliando a segurança para que grandes investidores realizem seus empreendimentos em solo mato-grossense.



A classificação também é importante para as empresas que já atuam no Estado, pois possibilita a obtenção de crédito internacional com taxas de juros menores.



Para tanto, os especialistas dessas agências avaliam a situação financeira, as condições do mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e acadêmicas. Mato Grosso foi considerado pela Standard & Poor’s um “bom pagador”, lhe conferindo o grau de investimento. Trata-se de um selo de qualidade que indica baixíssimo risco de calote.