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Lançamento de novas tecnologias trará desafios para produtores

Data: Sexta-feira, 05/04/2013 00:00
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Produtores rurais devem ter à disposição nos próximos cinco anos pelo menos 16 novas tecnologias, incluindo variedades de sementes e produtos agroquímicos. Em recente viagem aos Estados Unidos, a convite da empresa Dow Agrosciences, o diretor executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, conheceu as novidades deste mercado que devem ser lançadas mundialmente em breve e que trarão alguns desafios para o setor produtivo brasileiro. Um deles é capacitar os produtores para utilizar as novas tecnologias. 

 

“Serão novas tecnologias com novos sistemas de manejo e de produção, por isso temos à frente o desafio de capacitar os produtores rurais para trabalharem com estas novidades. Precisamos treinar os produtores para estarem aptos a tirar o melhor proveito dessas tecnologias”, comenta Paludo.

 

Durante a viagem, o diretor executivo da Famato visitou os órgãos norte-americanos responsáveis pela regularização de novos agroquímicos e sementes e constatou que o modelo de regulamentação dos Estados Unidos é muito parecido com o brasileiro. “Percebemos que a sistemática de regulamentação norte-americana é muito semelhante com a brasileira. Os novos produtos passam pelo Departamento Agrícola dos Estados Unidos (USDA), depois pelo órgão equivalente ao nosso Ibama e por fim outro que é parecido com a Anvisa. O que muda é que lá este processo é feito de maneira muito mais clara, enquanto no Brasil o processo é dúbio e nada transparente. Um ponto parecido entre o modelo americano e o brasileiro é que a liberação de novos agroquímicos lá é tão demorada quanto no Brasil, o que deixa os produtores bastante insatisfeitos, assim como os brasileiros”, destaca Paludo.

 

No caso da regulamentação de novos organismos vivos (sementes), o Brasil sai na frente dos Estados Unidos. “Aqui conseguimos fazer a pesquisa e o processo de regulamentação de uma nova semente em um prazo entre dois e três anos. Nos Estados Unidos isso demora até cinco anos. Por isso, o USDA está estudando implementar um órgão a exemplo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), pois entenderam que o modelo brasileiro para regulamentação de organismos vivos é muito mais rápido e eficiente”, explica o diretor da Famato. 

 

Royalties – Outro desafio do setor em relação a estas novidades é sobre o pagamento pelo uso das novas tecnologias. “É claro que os produtores irão pagar por estas tecnologias, mas é preciso discutir um modelo de captura de valor que remunere quem faz a pesquisa  mas que também seja justo com quem está pagando”, finaliza Paludo.

 

Neste ano, a Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central terá um painel para tratar exclusivamente dos royalties e dos modelos de cobrança das futuras tecnologias. O evento será nos dias 8 e 9 de agosto, em Cuiabá-MT. Esta será a segunda edição da Bienal realizada em conjunto pelas Federações de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Mato Grosso do Sul (Famasul), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape-DF).