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NOTÍCIA

Municípios do Noroeste de MT recebem produtos derivados de castanha do Brasil

Data: Quinta-feira, 21/03/2013 00:00
Fonte: Assessoria Projeto Poço de Carbono Juruena
A partir deste mês instituições da rede pública de ensino e de proteção e promoção social nos municípios da região Noroeste de Mato Grosso passam a receber novos alimentos derivados da castanha do Brasil por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab. Entre os produtos estão o biscoito, macarrão, farinha, azeite e doce de castanha, todos desenvolvidos pela Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) e Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM), instaladas no assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena (MT).
 
 
Para divulgar esses produtos uma equipe do projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur) com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, está percorrendo os municípios de Brasnorte, Juína, Castanheira, Juruena, Cotriguaçu, Aripuanã e Colniza. De acordo com Lucinéia Machado, técnica do projeto, que presta assistência técnica às duas entidades, nessas visitas também estão sendo apresentados o cronograma de entrega e as quantidades de cada produto. “Dessa forma, cada uma das 134 entidades desses municípios podem se organizar para receber os produtos”, explica.
 

A COOPAVAM e AMCA vão atender as mesmas entidades, porém com produtos diferenciados. Um exemplo é o biscoito de castanha, produzido pela associação de mulheres que vem se destacando pela sua qualidade. Por outro lado, a cooperativa produz o azeite da amêndoa em fábrica própria instalada no assentamento.


Ao todo mais de 33 mil pessoas da região, em risco de insegurança alimentar e nutricional devem ser beneficiados pela ação, uma vez que passarão a ter alimentos mais ricos em nutrientes. Além disso, os coletores da castanha do Brasil formados por agricultores, extrativistas e das comunidades indígenas Cinta-Larga, Apiaká, Caiaby, Munduruku e Suruí têm a garantia de compra pelos projetos PAA e apoiados pelo projeto Poço de Carbono Juruena.


“Um ponto importante a ser ressaltado é o fato de o município de Brasnorte, que nunca tinha acessado recursos do PAA, viu na experiência da Coopavam e Amca uma oportunidade de incentivar os agricultores locais a venderem seus produtos para a prefeitura”, complementa. A lei federal 11.947/2009 determina que pelo menos 30% do recurso das escolas destinado a merenda escolar seja utilizado na compra de produtos da agricultura familiar, preferencialmente de assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais indígenas e quilombolas do mesmo município.


Este incentivo, além de possibilitar uma melhora na qualidade da merenda escolar de jovens, crianças e adultos, também funciona como forma de garantir renda para as famílias do campo e fortalecer a economia municipal.


Saiba mais sobre o projeto Poço de Carbono Juruena


O projeto Poço de Carbono Juruena teve início em janeiro de 2010 e além de envolver mais de 260 famílias de Juruena tem a meta de plantar um milhão e quinhentas mil mudas de espécies frutíferas e florestais nativas da Amazônia. A adesão dos agricultores ao projeto é espontânea e vem aumentando com os resultados obtidos pelas famílias que já participam. Além das mudas, os agricultores recebem orientação técnica, capacitações, insumos e participam de intercâmbios em outras experiências consolidadas na região. Outro importante trabalho relacionado à redução de emissões de carbono vem sendo realizado pelo projeto através do uso de uma serraria portátil, que aproveita a madeira desvitalizada.


Além da formação dos sistemas agroflorestais, o projeto incentiva também a COOPAVAM e a AMCA, que trabalham com a castanha-do-Brasil e seus derivados. Para garantir a sustentabilidade, os técnicos do projeto ajudam a viabilizar projetos com instituições como a CONAB. Além disso, empresas como a Natura Cosméticos também fazem parte desta iniciativa. O objetivo final deste trabalho é garantir a conservação da floresta, através da valorização de produtos florestais não madeireiros e do uso múltiplo dessas áreas.