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NOTÍCIA

Carnaval no reino do peixe arara

Data: Quinta-feira, 07/03/2013 00:00
Fonte: Jornalcorreriodacidade

Fui pescar no carnaval. Este ano o destino foi o rio Aripuanã, afluente do rio Madeira, que corre no sudeste do estado do A­mazonas, próximo ao estado de Rondônia. A­pro­­veitando a cheia dos rios amazônicos, co­mum nessa época, fui atrás dos grandes bagres amazônicos, visando principalmente os gran­des pirararas. Partindo de Manaus em vôo regional de 2 horas sobre a floresta amazônica, cheguei à cidade de Apuí, onde fui recebido no pequeno aeroporto local pelo amigo Ronaldo, um dos proprietários da Pousada Pirá Açu, onde fiquei hospedado.

 

Percorremos 110 km em caminhonete na Transamazônica, estrada de terra bem conservada nesse trecho, até a comunidade de Mata Mata, já nas margens do rio. Daí, subimos o rio mais 1h30 de barco até a pousada, chegando para o almoço. O acesso até a pousada também pode ser feito por vôo fretado, partindo de Manaus ou Porto Velho, pousando em pista de terra próxima.

 


A Pousada Pirá Açu oferece instalações confortáveis para até 16 pescadores, com regime de pensão completa. É a única na região, portanto não há pressão de pesca, pratica-se apenas a pesca esportiva, pesque e solte. Oferece vários pontos de pesca, além do rio Aripuanã, seus afluentes, Pa­xiuba, Buiuçu, Guariba e seus lagos.

 


Optei iniciar a pescaria rio acima, atrás dos pirararas. Subimos o rio ate a Cachoeira da Samauma, e a partir daí, íamos descendo explorando os poços. Os mais produtivos foram o Poço da Boca do Furo, ao lado da cachoeira, Poço do Musca e Poço da Tiodoza. Ao final do primeiro dia, o resultado foi de nove pirararas fisgadas, além de incontáveis cachorras, apapás, bar­bados e pacus.


Após quatro dias de pescaria, fiquei impressionado com o numero de ações dos pirararas. Foram 28 pirararas fisgadas, 17 embarcadas, fotografadas e soltas, e 11 perdidas por quebra de linha e enrosco em galhadas. A maior mediu 145 cm com peso estimado de 50 kg. Fisgado, embarcado e solto, também um filhote de paraíba dourada.


Fiquei imaginando a pescaria ali com o rio na caixa, abril a julho, com opção dos peixes de escama esportivos, tucunarés, grandes bi­cudas, cachorras largas, matrinxãs, aruanãs, pi­ra­tingas, jatuaranas, e ainda jundiás, ca­cha­ras e capararis.


Devido à ação intensa nos poços acima da pousada, não conheci os pontos de pesca rio abaixo, buiuçu e guariba. Fica para outra oportunidade.


Fim de pescaria, retorno para casa, feliz da vida pelas muitas e boas brigas com os poderosos peixe araras. Agradecimento a natureza deslumbrante da floresta preservada, ao rio Aripuanã que me proporcionou uma das melhores pescarias da minha vida, e especial aos que me receberam, Ronaldo (proprietário), Leandro (gerente), Aparecida (nossa cozinheira), e ao meu guia e piloteiro Carimbó Nakamura, que me aturou nos quatro dias inteiros e intensos de pescaria.

Rio Aripuanã e Pousada Pirá Açú (www.po­u­sa­da­pi­ra­a­­cu.com.br), aprovado, conheci e recomendo.

 
Marco Aurélio Rossini
Médico e pescador